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26 junho 2016

Escola Bíblica - Um por todos, todos por um - Dedicados uns aos outros


Dedicados uns aos outros

Paulo usou a metáfora do corpo para mostra que os seguidores de Jesus são membros uns dos outros. Essa bonita ilustração mostra como a Igreja funciona. Cada crente é necessário e vitalmente importante no plano de Deus.

Analogias são ótimas para introduzir um assunto ou para fornecer acesso a um conhecimento. No entanto, comparações não são perfeitas em tudo e não têm a função de esgotar o assunto. Isso quer dizer que nem tudo a respeito do corpo humano pode ser aplicado à igreja e que há muitos aspectos da igreja que não podem ser percebidos através da comparação com o corpo.

É por isso, e também por causa da importância e complexidade do assunto, que as Escrituras nos fornecem outras analogias sobre a Igreja, como lavoura, edifício, exército, etc. Em Rm 12.10 temos indícios de outra analogia importante para compreendermos a natureza da Igreja que somos.

10 Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a si próprios. Rm. 12.10 (NVI)

O termo philadelphia, traduzido por amor fraternal, originalmente refere-se aos relacionamentos familiares. Quando o apóstolo Paulo o aplica à igreja, parece afirmar que o relacionamento entre os discípulos de Jesus é marcado por um amor semelhante ao amor que existe entre irmãos.

O termo adelphos, usado nas escrituras por mais de 200 vezes e traduzido como irmão, quer dizer, literalmente “do mesmo ventre” e é claramente um termo familiar. Assim, a Bíblia aponta para uma realidade inescapável e profunda: nascemos de novo (como Jesus falou a Nicodemos) dentro da família de Deus. Ele nos adotou a todos como filhos e filhas por meio de Jesus Cristo.

5 Deus nos destinou para sermos adotados como filhos, por meio de Jesus Cristo; esse era o seu desejo e o seu propósito. Ef 1.5 (VFL)

As duas analogias (corpo e família) claramente nos fornecem comparações diferentes e parecem ter objetivos diferentes: quando Paulo usou a metáfora do corpo, valeu-se dos aspectos físicos para ilustrar o funcionamento da igreja com a participação de todos discípulos a partir das habilidade e capacitações de cada um; mas quando empregou a metáfora da família o foco é outro: ele quis mostrar os aspectos psicológicos das relações entre os cristãos.

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Dizer que a igreja é como uma família pode ser inspirador para alguns, mas não ajuda muito outras pessoas, cuja a experiência familiar não foi (ou não é) das melhores.

Com frequência, crianças crescem sem sentir como é ser aceito, amado incondicionalmente ou sentir-se seguro; não aprendem a confiar nos outros, pelo contrário. Por causa do ambiente hostil em que são criadas, aprendem a mentir, trapacear e enganar; assim, o egoísmo acaba se tornando um modo de sobrevivência onde há pouco espaço para confiança, generosidade e afeto.

Como esse cenário se liga à analogia da igreja como família? O ponto a ser considerado é o fato de que alguém se tornar um cristão não muda automaticamente atitudes e modos de pensar que foram desenvolvidos ao longo da vida. Assim, quando passam a fazer parte da família de Deus, muitos chegam apenas com uma vaga noção do que seja ser amável, carinhoso, sincero e confiante e com pouca disposição para acreditar que esta família seja diferente daquela em que ele cresceu.

A boa notícia é que Deus projetou a igreja (a família dele) para trazer cura espiritual e emocional a todos os que nela forma incluídos, mesmo aqueles que tiveram poucas experiências familiares de amor e cuidado mútuos.


Infelizmente, o mundo está cheio de igrejas que não funcionam como famílias plenas e funcionais. Nessas igrejas os crentes não são dedicados uns aos outros em amor fraternal; nessas igrejas o lema “um por todos, todos por um” é motivo de gracejos, piada e descrença; nessas igrejas há poucas empatia, pouco desprendimento e pouca disposição para se gastar em benefício dos outros; nessas igrejas as pessoas que chegam vindas de famílias quebradas e desestruturadas são expostas a outras famílias que quase nada podem fazer, porque também se encontram na mesma situação.

Quando isso acontece, o plano de Deus para a cura espiritual e emocional é impedido. De fato, essa situação leva à desilusão e devastação espiritual. É inegável que vivemos tempo difíceis.


Uma pergunta é inevitável. Pode a igreja trazer cura e saúde a quem tanto precisa? A resposta é decididamente “SIM”. Isso já aconteceu incontáveis vezes na história e pode acontecer aqui com a gente também. Que passos podemos dar para caminhar em direção a uma igreja-família, cujos relacionamentos dão testemunho aos de fora e acolhimento aos de dentro?

Apesar de nossa condição como membros da família de Deus ser uma ligação produzida pelo Espírito de Deus, mediante a regeneração, que nos insere em uma nova vida, ainda assim mostrar amor e afeto por outros cristãos e trata-los como irmãos e irmãs precisa ser aprendido.

PASSO 1

O primeiro passo para esse aprendizado é examinar com cuidado e espírito de submissão o que a Bíblia fala sobre amor fraternal. A seguir, uma amostra:

9Mas quanto ao amor fraternal puro que deve existir entre o povo de Deus, eu não preciso falar muito, tenho certeza! Porque o próprio Deus está ensinando vocês a se amarem uns aos outros. 10Na verdade, já é forte o amor que vocês têm por todos os irmãos em Cristo no seu país todo. Mesmo assim, queridos amigos, nós lhes rogamos que amem cada vez mais a eles. 1 Ts 4.9,10

1Não deixem nunca de se amar com amor de irmãos. 2Não se esqueçam da hospitalidade, porque foi assim que alguns hospedaram anjos, sem o saber. 3Lembrem-se dos presos como se estivessem presos com eles; e dos que são maltratados como se fossem vocês mesmos a sofrer. Hb 13.1-3

22Agora podem ter entre vocês um amor fraterno, não fingido, porque as vossas almas foram purificadas pela obediência à verdade. Amem-se, pois, uns aos outros de todo o coração. 23Porque vocês nasceram de novo, não de uma semente deteriorável, mas de uma semente imortal, pela palavra de Deus viva e que permanece para sempre. 1 Pe 1.22,23

8E agora, esta palavra a cada um: vocês devem ser como uma grande família feliz, cheios de simpatia uns pelos outros, amando-se uns aos outros, com corações ternos e mentes humildes. 9Não paguem mal por mal. Não retribuam àqueles que dizem coisas desairosas sobre vocês. Em vez disso, orem para que Deus ajude os tais, pois devemos ser bondosos para com os outros, e Deus nos abençoará por isso. 1 Pe 3.8,9

5-7Sendo assim, esforcem-se diligentemente por acrescentar à vossa fé uma boa conduta; e além disso o conhecimento das coisas espirituais; depois aprendam o que é o domínio dos vossos próprios desejos naturais; acrescentem a perseverança, e ainda uma relação efectiva com Deus. E não se esqueçam da afeição fraterna, e enfim do amor. 8Porque se estas qualidades abundarem na vossa vida, elas não vos deixarão ociosos nem estéreis, mas antes frutuosos no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. 2 Pe 1.5-7

PASSO 2

Avalie suas atitudes e ações com respeito aos outros membros da sua família cristã. Até que ponto você sente amor e afeto em relação aos seus irmãos em Cristo? Vejamos se as perguntas a seguir podem auxiliar-nos nessa reflexão:
  
Bloco A

1.     Você se sente à vontade para expressar seus sentimentos a outras pessoas? Por quê?
2.     Você já foi magoado por alguém em quem confiava? O que você aprendeu com essa situação?
3.     Você acha que vale a pena abrir o coração na família de sangue? E na família de fé?
4.     Quais são os riscos que corremos ao expressar nossos sentimentos na família de Deus? Você acha que vale a pena?

Bloco B

1.     Na sua família, com seus pais e irmãos, como vocês expressavam amor uns pelos outros?
2.     Como você classificaria sua família (pais e irmãos) em relação a expressar sentimentos? Muito Aberta, Aberta, Fechada, Muito Fechada.
3.     Em termos de expressar sentimentos e emoções, o que era assunto proibido em sua família (pais e irmãos)?
4.     Você se sente confortável em chamar Deus de pai? Por quê?

Bloco C

1.     Por quanto tempo você já ficou ruminando uma briga em que você foi ofendido: dias, semanas, meses ou, anos?
2.     Para você, o que é ressentimento? Como você lida com esse sentimento?
3.     Como você acha que as pessoas percebem você: fácil de provocar ou difícil de provocar? De bem com a vida ou de mal com a vida?

Bloco D

1.     Por quanto tempo você já ficou ruminando uma briga em que você foi ofendido: dias, semanas, meses ou, anos?
2.     Para você, o que é ressentimento? Como você lida com esse sentimento?
3.     Como você acha que as pessoas percebem você: fácil de provocar ou difícil de provocar? De bem com a vida ou de mal com a vida?

PASSO 3

Se depois dessas perguntas você achar que precisa de ajuda, procure um membro amadurecido do Corpo de Cristo em quem você confie. Isso é muito importante para sua caminhada. Comece a agir em harmonia com aquilo que você sabe ser o desejo de Deus. Não espere sentir vontade. Frequentemente sentimentos vêm logo após ações. Expressa o amor de forma tangível o ajudará a desenvolver sentimentos de amor e a comunica-los verbalmente.

Adaptado a partir de capítulo homônimo do livro "Um por todos, todos por um", Gene Getz, Ed. Textus - Rio de Janeiro - 2000. Tradução por Ana Vitoria Esteves de Souza.

10 fevereiro 2015

Família: qual o nosso papel?

Breve reflexão sobre família realizada na 
Igreja Batista em Colinas do Sul - João Pessoa/PB

Família: qual o nosso papel?

Quero agradecer ao Daniel e ao Sérgio pelo convite para compartilhar com os irmãos durante a noite de hoje. Também agradeço a vocês por saírem de suas casas em plena noite de sábado para vir até aqui. Minha oração é para que seja um tempo proveitoso em que o Espírito Santo fale conosco sobre nossas vidas.

O que é família

Falar de família hoje é cada vez mais difícil. Tanto porque as famílias estão se despedaçando com os divórcios e separações, como também porque não sabemos mais o que é uma família. E se não sabemos o que é uma família, muito menos sabemos qual é o papel que a família tem.

Embora tenha gente que não concorde, o entendimento básico e bíblico de família é papai, mamãe e filhos. A família é o núcleo que torna possível a continuidade, a proteção e o bem-estar da vida criada por Deus.

Claro que as circunstâncias da vida podem modificar esse modelo básico deixado por Deus no Jardim. Se o pai ou mãe morrem, nem por isso os que ficaram deixam de ser família; se o avô ou a avó idosa precisa morar na casa dos filhos eles continuam a ser família; se o pai ou a mãe abandonam a casa por qualquer razão, os que ficaram ainda são família; se os filhos não vieram ainda ou nunc virão, o casal não deixa de ser família. Existe também uma família maior, chamada de família ampliada. Dela fazem parte os tios e tias, os avós, os primos e primas e outros familiares próximos, embora não morem sob o mesmo teto.

Quando eu ouço algumas pessoas falando sobre filhos e casamento, inclusive dentro da igreja, sou levado a desconfiar que nós sabemos muito pouco sobre qual é o papel da família na educação dos filhos e quais são nossas responsabilidades como pais e mães. Parece que muitas vezes a gente confunde as funções da igreja, da escola e da família. Afinal de contas o que a família deve fazer? Será que a Bíblia pode nos ajudar sobre isso?

Ensina a criança!

Provérbios 22:6 - Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.

A Escola ensina a criança? E a Igreja? E a família? Quem afinal de contas deve ensinar? Todos ensinam, mas cada um ensina coisas diferentes e de modos diferentes. Qual é o papel da família, então?

Compete à Escola o ensino dos conhecimentos necessário para sermos úteis à sociedade e para preparar as pessoas para ganhar o seu sustento; à Igreja compete apoiar a família ensinando sobre o evangelho de Jesus e seus ensinamentos; e à Família compete ensinar os princípios e valores que irão servir orientação para o resto da vida.

Então um dos papéis da família é ensinar princípios e valores. Mas o que são princípios e valores? São aquelas verdades simples que aprendemos quando criança e que acompanham a agente a vida inteira. Por exemplo:

Quando eu tinha 6 anos fui com meus pais ao mercadinho para fazer compras. Depois de voltarmos para casa, minha mãe viu que eu estava com um chiclete que ela não tinha pago. Meu pai veio falar comigo e conversou até eu admiti que tinha pego o chiclete enquanto eles não viam. Então, ele me explicou o significado daquilo que eu tinha feito, que o chiclete não me pertencia e que eu não tinha o direito de levar sem pagar por ele. Então, ele me fez voltar ao mercadinho junto com ele e devolver o chiclete. Depois, ele pagou pelo chiclete e me deu de volta. Quais os princípios e valores que meus pais me ensinaram com aquela situação?

·        Ninguém tem o direito de ficar com o que não lhe pertence;
·        Todos nós devemos prestar contas a alguém;
·        A confissão sincera é necessária e importante para vivermos bem;
·        A violência não é o único nem o melhor recurso para os relacionamentos;
·        Os erros podem e devem ser reparados tão logo sejam identificados;
·        A atitude de graça tem o poder de transformar as pessoas. (O amor dele por mim não diminuiu por causa do meu erro).

A Escola pode ensinar sobre as leis, a Igreja pode ensinar sobre os mandamentos (Não roubarás), mas compete à família colocar na prática os valores e princípios que estão por trás tanto das leis dos homens quanto da lei de Deus.

Provérbios 29:15 - A repreensão e o castigo ajudam a criança a aprender na vida (produzem sabedoria). Mas se a deixarem inteiramente entregue a si mesma, acaba por ser uma vergonha para os seus pais.

É à família que compete a responsabilidade de intervir na vida das crianças para produzir sabedoria no adulto em que ela vai se tornar. A Escola ajuda oferecendo conhecimento, a Igreja encoraja a fé em Deus, mas é na família que a gente deve ensinar a viver a vida de maneira sábia, isto é, conforme os valores de evangelho de Jesus Cristo.

Como a família ensina?

Na escola os alunos sentam na sala de aula e ouvem o professor falar, na igreja as pessoas escutam orientações sobre o evangelho. Como a família ensina os valores e princípios necessários para se viver uma boa vida? Na família, a gente ensina pelo exemplo! O professor pode só falar, o pastor pode dizer muita coisa, mas na família o ensino é pelo exemplo.

Então, é mais ou menos assim: na escola a professora diz que não pode pegar o lápis do coleguinha. Na igreja o pastor lembra do mandamento “não roubarás”, mas é o exemplo de honestidade dentro de casa que vai marcar definitivamente a vida da criança.

1 Coríntios 11:1 – E vocês devem seguir o meu exemplo, tal como eu sigo o de Cristo.

Como seguidores de Jesus nós somos convidados a seguir o exemplo dele e a dar o exemplo para nossas famílias. Porque é pelo exemplo que os valores e princípios do evangelho ficam registrado na vida de uma pessoa por toda a vida.

Se você é grosseiro ao falar com sua esposa, grita com seus filhos e trata as pessoas em sua volta às patadas, você está ensinado um modo violento de lidar com as situações da vida. Como você acha que seu filho vai se comportar na escola?

Se você faz pouco caso de sua esposa, dizendo piadinhas grosseiras e desvalorizando ela como pessoa, como você acha que ele vai tratar as meninas da escola?

Se você desrespeita o seu esposo, expõe as fragilidades dele pra Deus e o mundo e deixa claro para os seus filhos que ele não é digno de confiança, você acha que algum dia a sua filha vai confiar em algum rapaz para casar-se com ele e constituir uma família?

Se você fica com o troco a mais do mercadinho e mente na hora de vender algo para aumentar o preço e ainda conta vantagem para seus filhos, como você acha que eles vão agir quando fizerem seus próprios negócios? Como eles vão acreditar que a honestidade vale a pena?

Se você fala mal da vizinha, descasca os irmãos da igreja e diz coisa terríveis sobre as pessoas de sua família, como você acha que seus filhos vão agir como seus amigos, colegas de colégios e irmãos da igreja?

Se você mente sobre a sua renda pra ganhar o subsídio do governo no financiamento da casa, como você pode pedir que seus filhos sejam honestos nas provas da escola?

Se você pede dinheiro emprestado, deve a Deus e o mundo, porque você não pode ficar sem o celular da moda ou a TV de 46”, como você vai ensinar aos seus filhos a administrar o dinheiro deles, quando começarem a trabalhar?


A família ensina princípios e valores pelo exemplo. E somos nós os responsáveis em dar o exemplo. A nossa maneira de viver é a principal fonte de ensinamento em que bebem os nossos filhos. Se nossos exemplos forem bons, isso pode ajudá-los a tomar boas decisões; se nossos exemplos forem ruins, certamente isso vai tornar tudo mais difícil para eles.

22 julho 2011

Só se algo estiver errado



CONTA-SE A HISTÓRIA de um meninozinho que não falou até os cinco anos de idade. Os pais, morrendo de preocupação, levaram-no a inúmeros especialistas, tentando descobrir porque ele nunca dizia nada. Então, certo dia, sentado à mesa para tomar o café da manhã, observou a mãe colocar uma torrada escura no prato dele. O garoto olhou para a torrada, depois para a mãe, e disse clara e distintamente:
.
- A torrada está queimada!
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A mãe ficou extasiada. Após recobrar-se do choque provocado pela tão esperada explosão de linguagem, perguntou ao filhinho:
.
- Já que você pode falar tão bem, por que não falou até hoje?
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- Bem, explicou ele deliberadamente -, estava tudo certo até agora.
.
Embora engraçada, essa história infelizmente me lembra de casamentos nos quais os cônjuges quase só conversam quando há algo errado. (...) São presas do mito de que os cônjuges precisam se concentrar nos defeitos de casamento para poderem eliminá-los.


* O Mito do Casamento Perfeito - Bárbara R. Chesser

28 outubro 2007

Família: Idéia de Deus - 6/6

Uma Proposta Bíblica para a Família

Por Aristarco Coelho
Igreja Batista do Caminho


Estamos há cinco semanas refletindo sobre a família como uma idéia de Deus e procurando compreender os desafios que enfrentamos em nossos dias.

Partindo da idéia de uma família nuclear e da existência de papéis e funções definidos, a Bíblia nos oferece indicadores de grande importância para vivermos família de maneira que Deus seja louvado através de nossas vidas.

Hoje vamos clamar mais uma vez ao Espírito de Deus para que nos esclareça o entendimento e faça da Palavra de Deus um espelho capaz de revelar quem somos.

Antes, eu gostaria de parar para dizer que embora seja muito necessária nossa preocupação como a família, ela não é um fim em si mesmo. A família é apenas um meio para que possamos cumprir nosso propósito maior: fomos criados para o louvor da glória de Deus; para reconhecer e refletir sua bondade, sabedoria, justiça, amor, fidelidade e todos os maravilhosos atributos comunicáveis do seu caráter.

Vamos apresentar essa proposta para a família em dois blocos. No primeiro vamos entender o que a Bíblia tem a dizer para os maridos; no segundo vamos investigar as orientações para as esposas.

Para começar, gostaria de ler Efésios 5:25-33 e I Coríntios 7:3-5. A partir deles vamos delinear um conjunto de atitudes recomendadas por Deus para os MARIDOS no contexto do casamento:

Maridos

(25) Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, (26) para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, (27) para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito. (28) Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. (29) Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja; (30) porque somos membros do seu corpo. (31) Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. (32) Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja. (33) Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido. (Efésios 5:25-33)

Esse texto é um grande desafio para todos os homens. Nele podemos destacar duas principais orientações que o Espírito de Deus levou o apóstolo Paulo a registrar para os homens casados: (1) ame sua esposa como Cristo amou a Igreja e (2) ame sua igreja como você ama seu próprio corpo.

Além disso, através de várias comparações, Ele nos explica que essas duas maneiras de amar não são apenas da boca para fora, mas se traduzem em atitudes que podem ser verificadas. Não é um amor apenas sentimental, mas um amor prático.

1) Ame sua esposa como Cristo amou Igreja

(25) Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,

i. Entregou a própria vida por ela; Homens, Deus nos chama a cultivar em nossos corações o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus. Ele abdicou de qualquer posição que inspirasse superioridade e por fim abriu mão da própria vida. Como Ele conseguiu isso?

Jesus sabia que o Pai estava cuidado dos seus direitos e zelando pelo seu bem estar, por isso ele podia entregar sua vida pela igreja. O desafio, então, é confiar que enquanto você se doa para sua esposa, o seu Deus estará cuidando do você.

Há homens que só pensam em si mesmos. As coisas que compram, os programas que assistem, as comidas que comem, os lugares em que vão, tudo o que fazem são reflexos de suas próprias vontades.

Irmão, aceite o desafio da Palavra: torne sua esposa uma prioridade mais elevada que a sua própria vida. Não tenha medo, você será cuidado pelo Senhor se fizer isso.

(26) para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra,

ii. Viveu para a santificação dela; A palavra utilizada para santificação, hagiadzo (hag-ee-ad'-zo) esta relacionada às cerimônias de consagração para o louvor a Deus. Assim, a palavra de Deus desafia os maridos a aperfeiçoarem sua esposa de maneira que a vida dela esteja preparada para dar glória a Deus. Quem fazia esse papel era o sacerdote. Ele realizava cerimônias que preparavam os utensílios usados na adoração a Deus.

Deus chama os homens a assumirem funções sacerdotais em seus lares. Ainda que cada pessoa tenha livre acesso a Deus sem qualquer intermediação, os homens são chamados para criar condições favoráveis para que suas esposas adorem ao Senhor.

Há homens que só criam dificuldade. A esposa quer vir à igreja, mas o sujeito entorta a cara. A mulher precisa de um tempo para ler a Bíblia e orar, mas o sujeito não dá trégua nas exigências. Quando a esposa se interessa por algum assunto espiritual, ele dá logo um tranca e diz que ela “tá ficando muito beata!”.

O Senhor lhe chama hoje para deixar de ser um empecilho entre sua esposa e Ele. Assim com Jesus, sua atitude precisa ser no sentido de aproximá-la do Senhor.

(26) para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra,

iii. Agiu para purificá-la - katharidzo (kath-ar-id'-zo); Verbo grego traduzido como purificar pode também significar limpar, tornar limpo ou purgar. Há um sentido para a expressão purgar que é bastante adequado à palavra original usada por Paulo: purgar é livrar de, remover, desembaraçar.

O Amor com o qual Deus nos desafia a amar nossas esposas deve nos levar a livrá-las de suas falhas e imperfeições em vez de acusá-las e recriminá-las.

Amado irmão, não embarace a alma de sua esposa com acusações sem fim. Receba-a como ela é e trabalho com dedicação e amor para remover suas falhas e imperfeições. Foi isso que Cristo fez à Igreja.

(27) para apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito.

iv. Preservou sua integridade e beleza; Aqui o Espírito de Deus levou o apóstolo a usar expressões que estão relacionadas à beleza do rosto: manchas e rugas.

Homens de Deus, nós somos chamado a zelar pelo bem-estar espiritual e até físico de nossas esposas. Através de nossas atitudes podemos enchê-las de manchas e rugas precoces, tanto espirituais como até mesmo físicas.

Mas se assumirmos nossas responsabilidades como líderes amorosos e prestativos as livraremos de pesos para os quais o Senhor não as fez.

2) Ame sua esposa como ao próprio corpo

(28) Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. (29) Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja;

i. Alimente-a e cuide dela; Ao nos desafiar alimentar e cuidar de nossas esposas da mesma maneira que nos alimentamos, a Palavra de Deus afirma que devemos oferecer as condições necessárias para o crescimento delas. Estamos sendo chamados por Deus para investir no crescimento de nossas esposas assim como investimos em nós mesmos.

Por isso, não deixe que ela se sinta desamparada. Sua esposa deve crescer junto com você nas várias dimensões da vida (intelectual, emocional e espiritual). Invista tempo e recursos para que isso aconteça. Alimente-a.

Irmãos, deixem-me falar um pouco sobre a liderança no lar. Ser líder não é motivo para ninguém se achar superior ao outros. O líder não deve ser um déspota, violento ou não, que impõe sua vontade ao outros. A liderança em casa deve ser fruto de uma atitude de quebrantamento na presença do Senhor, de um espírito humilde e um coração de servo.

Liderar sua casa é estar pronto para ouvir do Senhor o rumo que ele deseja dar a sua família e implementar essa caminhada com a participação de todos os membros da família.

(3) O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido. (4) A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher. (5) Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência. (I Cor 7:3-5)

3) Satisfaça sua esposa sexualmente

(3) O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido.

A satisfação sexual é um direito de sua esposa. Às vezes fico impressionado como somos infantis quando o assunto sexo entra em pauta. Parece que muitos de nós não conseguimos ultrapassar a adolescência nessa área. Dá logo um nervoso, as mãos ficam frias e torcemos para que o assunto deixe o mais rápido possível a esfera pública.

Homens, precisamos abandonar nosso egoísmo e nos tornar sensíveis as necessidades sexuais de nossas esposas. Converse com ela. Ouça-a sobre o assunto. Abandone o medo, a vergonha e a arrogância de achar que sabe tudo. Você vai descobrir que a satisfação sexual de sua esposa pode ser satisfação para você também.

4) Não utilize o sexo como forma de dominação.

(4) A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher.

Você não tem esse direito. Abra mão de utilizar seu corpo como forma de intimidação, sendo agressivo em seu relacionamento. Seu corpo pertence a sua esposa. Permita que ela o possua assim como você a possui.

5) Não prive sua esposa de sexo

(5) Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência

Aqui quero falar sobre outro tema que habita nos porões da reflexão evangélica. Falar a homens sobre privar sua esposa de sexo pode parecer estranho para nossa cultura. No entanto, quando substituímos a relação sexual madura, a interação como nossas esposas, pela masturbação, nas madrugadas em frente à TV ou diante do computador, estamos privando nossas esposas daquilo que lhe é devido. Derrube a certa de proteção que foi instalada em volta deste assunto, irmão. Converse com sua esposa.

Sei que muitas das palavras ditas até aqui são difíceis não só de ouvir, mas principalmente de viver. Na verdade, irmãos, acredito que não podemos vivê-las apenas através de nosso esforço pessoal. Há recursos sobrenaturais, vindos do Deus, que nos capacitam para cumpri bem o papel para o qual fomos chamados. Não perca as esperanças! O Senhor pode fazer isso em sua vida!

ESPOSAS

Deus não deixou as esposas sem orientação. No contexto das duas passagem que vimos até agora o Senhor também deixou registrado algumas palavras para as mulheres. Vejamos os textos:

(22) As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor; (23) porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo. (24) Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido. (Efésios 5:22 – 24)

1) Submeta-se a seu marido como a Igreja se submete a Cristo

(22) As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor

i. Considere-o como líder; Mesmo com toda pressão exercida pelo feminismo, acredito que não seria difícil pedir às esposas cristãs que se submetessem à liderança de maridos que tivessem as atitudes que acabamos de ver: Homens de caráter, íntegros, amoroso, cuidadosos e sensíveis às suas necessidades. O problema vivido por muitas esposas é que seus maridos não são assim. O desafio da Palavra para cada esposa é tratar seu marido como líder mesmo quando ele ainda não age como tal.

Mesmo reconhecendo as limitações dele (e as esposas mais que ninguém conhecem nossas limitações) decida considerá-lo como o líder do seu lar. Afirme isso com sua atitude diante de seus filhos, diante da igreja ou em qualquer outra situação. Ore ao Senhor pelo seu marido, para que ele seja capacitado por Deus e lhe entregue a liderança da família. Deus deu a ele essa responsabilidade, não a você.

(23) porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo.

ii. Confie em sua liderança e no seu amor; Quando leio as palavras do apóstolo Paulo comparando a liderança do esposo na família com a liderança de Cristo na Igreja, percebo o quando é desafiador para as esposas confiarem em nossa liderança.

Digo isso porque a própria igreja tem dificuldade de confiar na liderança de Cristo. Quantas vezes em nossas igrejas assumimos o controle da situação fazendo o que achamos melhor e desconfiamos disfarçadamente da bondade e do amor de Cristo por sua Igreja.

Por isso, queridas irmãs, não desprezo o desafio que a Palavra apresenta. E o desafio é este: Confiem que o Senhor irá desenvolver em seu esposo o tipo de liderança amorosa que Ele mesmo tem para com sua igreja, ainda que isso não esteja acontecendo no momento.

(1) Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa, (2) ao observar o vosso honesto comportamento cheio de temor. (3) Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; (4) seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus. (5) Pois foi assim também que a si mesmas se ataviaram, outrora, as santas mulheres que esperavam em Deus, estando submissas a seu próprio marido, (6) como fazia Sara, que obedeceu a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós vos tornastes filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma. (I Pe 3:1-6)

(1) Mulheres, sede vós, igualmente, submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho, sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa, (2) ao observar o vosso honesto comportamento cheio de temor.

2) Submeta-se à liderança de seu marido como testemunho de sua fé e de sua confiança em Deus

Aqui há uma palavra para você, minha irmã, cujo marido ainda não obedece à Palavra. Não é o seu muito falar que o convencerá, mas os eu procedimento honesto e respeitoso.


Há mulheres que se pudessem converteriam o esposo na marra. Isso não funciona assim. É a sua maneira de proceder que fará a diferença. Não adianta despejar Bíblia sobre o sujeito se o seu testemunho atrapalhar.

Hoje o Senhor lhe chama a confiar no mover do Seu Espírito e abrir mão das estratégias humanas. Apenas viva de forma honesta e respeitosa com seu esposo e espere o agir de Deus.

(3) Não seja o adorno da esposa o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário; (4) seja, porém, o homem interior do coração, unido ao incorruptível trajo de um espírito manso e tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus.

3) Enfeite-se com um espírito manso e tranqüilo

Querida irmã, preste bastante atenção ao este texto está dizendo. Espírito manso e tranqüilo têm grande valor diante de Deus. Você sabe por quê? Porque mansidão e tranqüilidade são frutos colhidos de um coração que confia no Senhor. Não se inquiete, aja de forma a promover a paz. O Senhor está vendo a beleza de suas atitudes e valoriza muito isso.


(3) O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa, ao seu marido. (4) A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher. (5) Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência. (I Cor 7:3-5)

4) Satisfaça seu marido sexualmente. É um direito dele.

Queridas irmãs, nenhuma de vocês é obrigada a submeter-se a caprichos malucos ou fantasias pecaminosas de seus maridos. Mas veja o que o apóstolo Paulo fala com simplicidade. Seu marido tem direito a desfrutar de uma vida sexual plena com você. Converse com Ele. Entenda as tensões e pressões às quais ele está submetido nessa sociedade que transpira sexo por todos os poros. Ajude-o a direcionar seu desejo para você e conceda-o que lhe é devido.

5) Não utilize o sexo como moeda de barganha.

Você não tem esse direito. As características da libido feminina permitem às mulheres usar o sexo como moeda de barganha. Fez o que eu queria, tem sexo. Não fez o que eu queria, não tem sexo. Aí vem dor de cabeça, dor no pé, dor de estômago, mal estar e uma série de artifícios manipuladores. Não faça isso minha irmã. Além de frustrar as expectativas de seu esposo, você não está sendo íntegra. Está escondendo seus sentimentos e usando o sexo como arma de proteção.

6) Não prive seu marido de sexo.

Você não tem esse direito. Queridas irmãs aqui eu gostaria de ressaltar a conexão que o apóstolo Paulo faz entre o sexo e o mundo espiritual. Quando o casal não está suprido sexualmente abre-se uma brecha para que o inimigo tente minar a integridade dos dois expondo-os à infidelidade. Orientação de Paulo chega a ser normativa: Casal casado sem sexo? Apenas com o consentimento dos dois, por pouco tempo e para uma dedicação especial à oração. Não prive seu marido de sexo saudável e abençoado por Deus.

Conclusão

O Senhor não nos deixou sem orientação quanto ao projeto família. É preciso apenas que estejamos dispostos a obedecer a sua Palavra e a permitir que seu Espírito faça isso em nós.

Php 1:6 tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus,

07 outubro 2007

Família: Idéia de Deus - 5/6

Por Aristarco Coelho
Igreja Batista do Caminho

É um grande desafio falar sobre família, à luz da Palavra de Deus, principalmente em nossos dias. É um desafio porque há um espírito de rejeição, quanto às orientações que Deus deixou para vivermos a vida. Esse espírito de rejeição conquistou um grande espaço na mente e no coração das pessoas nas últimas décadas.
As pessoas parecem desorientadas e sem rumo. Parecem cães que encontraram um portão aberto e correm descontrolados pelo meio da rua; giram atrás da própria calda, correm de um lado para outro da rua, avançam sobre qualquer um que vêem pela frente e, não se enganem, mordem a qualquer um que chegue perto.
É violência sobre violência, assalto sobre assalto, morte sobre morte, roubos, estupros e corrupção em todas as instâncias governamentais. A própria vida humana perdeu o valor. Essa semana morreu o bebê que foi jogado pela mãe em um rio poluído de Contagem, Minas Gerais.
A mentira que foi plantada na mente das pessoas, de que não há certo ou errado, que tudo depende do ponto de vista da pessoa, que cada um deve definir a sua própria verdade, começa a apresentar os seus frutos: as pessoas não conseguem mais separar o certo do errado e atendem a qualquer desejo que vem às suas mentes.
Dá vontade de clamar ao Senhor, como fez o profeta Habacuque:
(2) Até quando Senhor, clamarei eu, e tu não escutarás? ou gritarei a ti: Violência! e não salvarás? (3) Por que razão me fazes ver a iniqüidade, e a opressão? Pois a destruição e a violência estão diante de mim; há também contendas, e o litígio é suscitado. (Hab 1:2,3 ARA)
O profeta então foi esperar a resposta do Senhor. O Senhor não emudeceu diante do clamor do profeta. Ele respondeu! É na palavra do Senhor que encontramos consolo e orientação.
(1) Sobre a minha torre de vigia me colocarei e sobre a fortaleza me apresentarei e vigiarei, para ver o que me dirá, e o que eu responderei no tocante, a minha queixa. (2) Então o Senhor me respondeu, e disse: Escreve a visão e torna-se bem legível sobre tabuas, para que a possa ler quem passa correndo. (3) Pois a visão é ainda para o tempo determinado, e se apressa para o fim. Ainda que se demore, espera-o; porque certamente virá, não tardará. (4) Eis o soberbo! A sua alma não é reta nele; mas o justo pela sua fé viverá. (Hab 2:1-4 ARA)
O justo viverá pela fé! Essa é a resposta do Senhor. Não há outro caminho para enfrentar o mal que não seja a confiança irrestrita na soberania de Deus. Essa é a visão precisamos escrever com letras bem grandes: a crueldade e a maldade humanas só podem ser suportadas por aqueles que colocam sua confiança no Senhor. Ele é fiel e justo. Ainda que a justiça uma humana se corrompa, Ele fará justiça; Ainda que o amor desapareça, Ele continuará amando. É o caráter de Deus que nos mantém na direção certa.
(14) Não entres na vereda dos ímpios, nem andes pelo caminho dos maus. (15) Evita-o, não passes por ele; desvia-te dele e passa de largo. (16) Pois não dormem, se não fizerem o mal, e foge deles o sono se não fizerem tropeçar alguém. (17) Porque comem o pão da impiedade, e bebem o vinho da violência. (18) Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito. (19) O caminho dos ímpios é como a escuridão: não sabem eles em que tropeçam. (20) Filho meu, atenta para as minhas palavras; inclina o teu ouvido às minhas instruções. (21) Não se apartem elas de diante dos teus olhos; guarda-as dentro do teu coração. (22) Porque são vida para os que as encontram, e saúde para todo o seu corpo. (23) Guarda com toda a diligência o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida. (24) Desvia de ti a malignidade da boca, e alonga de ti a perversidade dos lábios. (25) Dirijam-se os teus olhos para a frente, e olhem as tuas pálpebras diretamente diante de ti. (26) Pondera a vereda de teus pés, e serão seguros todos os teus caminhos. (27) Não declines nem para a direita nem para a esquerda; retira o teu pé do mal. (Pro 4:14-27 NVI)
Hoje é a quinta mensagem dessa série de pregações sobre Família: uma idéia de Deus. Estamos refletindo sobre os principais desafios enfrentados pela família nesse início de século. Temos visto que a desassociação entre sexo e casamento tem gerado situações que exercem grande poder destrutivo sobre a família.
Vimos que o liberalismos sexual em seu estágio pós revolução sexual tem transformado o sexo em um mero instinto animal, abrindo as portas para a busca de prazer a qualquer custo. Prostituição, adultério, pedofilia, zoofilia, promiscuidade e pornografia fazem parte do modo de vida que tem sido apresentado como compatível como essa busca desenfreada pelo prazer.
Vimos também, através da história de Jó que as portas de entrada para essa fogueira de paixões são olhos. Essas portas que precisam ser fechadas para os estímulos que corrompem a alma humana e nos afastam do ideal de Deus.
Ainda dentro dos subprodutos dessa separação entre sexo e casamento, o terceiro grande desafio que a família enfrenta é o avanço da proposta homossexual. Uma questão que tem ganhado espaço na mídia e que se transformou em um grande mercado de consumo.
Avanço da proposta homossexual
A primeira coisa que gostaria de afirmar sobre essa questão é que Deus ama profundamente o ser humano. Nossas decisões com relação a nossa expressão sexual não mudam absolutamente nada desse amor.
O amor que Deus tem por sua criação é tão grande e tão incompreensível que Ele é capaz de nos amar intensamente mesmo quando nossa discordância com Ele se transforma em um afronta à sua vontade. A prova disso é que ele enviou seu filho para sofre a punição de pecadores rebeldes; verdadeiros inimigos de Deus, o que todos nós éramos.
É assim que acontece com relação àqueles que optam por expressar sua sexualidade através de relacionamentos com pessoas do mesmo sexo. Por isso não cabe nenhuma palavra ou atitude discriminatória em relação a qualquer pessoa que optou pelo caminho da homossexualidade.
No entanto, não podemos deixar de constatar que o avança da proposta homossexual está ligada diretamente a essa dissociação entre o sexo e casamento e à busca do prazer a qualquer custo.
A proposta homossexual tem invadido a sociedade e a igreja não apenas como uma forma de expressão de sexualidade (que vai de encontro à idéia de Deus sobre sexo e família revelada na Bíblia), mas também como um modelo de relacionamento familiar que não encontra apoio nas páginas da Escritura.
Os movimentos de apoio ao homossexualismo têm a exata noção de como esses modelos são incompatíveis com a proposta cristã para a família, e por isso eles têm avançado com firmeza para ocupar espaços e vender suas propostas através do todos os meios de comunicação existente.
A igreja, nesta questão, parece acuada. Líderes inseguros sobre como abordar a questão emudecem sobre o assunto em seus púlpitos. Mais que isso, igrejas que se dizem cristãs consagram pastores homossexuais, e autorizam esses líderes a celebrarem casamentos homossexuais.
Como a Bíblia trata a questão?
Primeiro é preciso ir ao início de tudo. O relato bíblico da criação da raça humana aponta para um projeto belo e simples. Deus criou homem e mulher, masculino e feminino. Deus os fez com a possibilidade de gerar novas vidas e criou seus corpos de forma que isso fosse possível.
(26) Então disse Deus: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os grandes animais de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão". (27) Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. (28) Deus os abençoou, e lhes disse: "Sejam férteis e multipliquem-se! Encham e subjuguem a terra! Dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se movem pela terra". (Gen 1:26-28 ARA)
Homem e mulher foram criados de forma complementar, tanto em seus corpos quanto em suas almas.
(18) Então o SENHOR Deus declarou: "Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda". ...(21) Então o SENHOR Deus fez o homem cair em profundo sono e, enquanto este dormia, tirou-lhe uma das costelas, fechando o lugar com carne. (22) Com a costela que havia tirado do homem, o SENHOR Deus fez uma mulher e a levou até ele. (23) Disse então o homem: "Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada". (24) Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne. (Gen 3:18-24 NVI)
Deus poderia ter criado dois homens ou duas mulheres, mas não era essa a sua idéia para a família. Deus tinha em mente a idéia de complementaridade. Por isso ele criou seres diferentes um do outro física e emocionalmente, mas que se complementam. Faz parte do projeto de Deus que a família nasça da diferença entre um homem e uma mulher, masculino e feminino.
Os homossexuais não concordam com nada disso. Embora alguns se digam tementes a Deus e até cristãos, na sua imensa maioria eles não estão muito dispostos a tentar entender essa questão. No entanto, veja que é muito comum que nas parcerias homossexuais, seja entre homens ou entre mulheres, um dos dois normalmente assume a função da masculinidade, enquanto que o outro assume o papel da feminilidade.
Os papéis masculinos e femininos fazem parte da idéia de Deus para a família. Deus entregou aos homens a masculinidade e às mulheres a feminilidade. Aqui um alerta para os papais e mamães.
Masculinidade e feminilidade têm elementos fisiológicos e psicológicos. Isso quer dizer que a família cristã é responsável pelo desenvolvimento sadio e coerente da sexualidade de seus filhos. Meninos devem ser educados de fora a alcançarem a plena masculinidade, o que é coerente com o sexo masculino; meninas devem ser educadas em direção da plena feminilidade, o que é coerente como o sexo feminino.
John Piper e Wayne Grudem, no livro Homem e Mulher (Editora Fiel, pág. 12 e 13) apresentam definições de masculinidade e feminilidade que podem nos ajudar nessa função.
“No cerne da masculinidade madura está um senso de responsabilidade benevolente para liderar as mulheres, prover a elas e protegê-las, através de formas apropriadas aos diferentes relacionamentos de um homem.”
“No cerne da feminilidade madura está uma libertadora disposição de ratificar, receber e nutrir força e liderança de homens dignos, através de formas apropriadas aos diferentes relacionamentos de uma mulher.”
Veja que masculinidade não está ligada à violência ou a opressão, mas a uma liderança que serve, provê e protege. Veja também que a feminilidade não está ligada à subserviência, mas ao deixar-se liderar, ser provida e protegida. Deus deu a homens e mulheres estruturas emocionais e físicas diferentes e os encarregou de funções diferentes na formação da família.
No entanto, no decorrer da história humana homens e mulheres têm dito não para o que Deus pensa sobre a família. A prática do homossexualismo é uma expressão de rebeldia ao que Deus pensa sobre família e deixou revelado nas escrituras. Ora, não é de se espantar que isso aconteça. Quando estamos desconectados de Deus, todos os aspectos da vida humana perdem a direção dada por Ele. Aí vale tudo. Não poderia ser diferente em relação à sexualidade e à família.
A Bíblia, então, não se furta ao papel de comentar, exortar e orientar essa área do comportamento humano.
As leis dadas por Deus ao povo de Israel no Antigo Testamento eram bastante severas. O povo vivia em uma ambiente hostil ao pensamento de Deus, e era necessário estabelecer com força e clareza a diferença entre ser servo do Deus Criador e adorar as divindades pagãs. Além disso, elas funcionavam também como uma espécie de código civil e penal. Ainda assim, devemos observar a seriedade com que a questão da prática homossexual foi tratada:
(13) "Se um homem se deitar com outro homem como quem se deita com uma mulher, ambos praticaram um ato repugnante. Terão que ser executados, pois merecem a morte. (Lev 20:13 NVI)
Muitos povos da antiguidade acreditavam na existência de deuses que eram responsáveis pelas boas colheitas e pela fertilidade da terra, dos animais e das pessoas. Eles tinham rituais que quase sempre envolviam orgias sexuais e em muitos templos havia homens e mulheres que prestavam seus serviços, transformando-se em prostitutas e prostitutos sexuais.
O povo de Israel, no entanto, foi orientado a rejeitar essa forma de culto. Nem mesmo deveria ser aceito o dinheiro ganho como resultado desse tipo de atividade.
Não serão permitidas prostitutas em Israel – nem homens nem mulheres; muito menos com o pretexto de estarem prestando serviços ao templo. Ninguém deverá apresentar ofertas ao Senhor provenientes dos lucros ganhos por prostitutas e homossexuais. Dinheiro ganho assim não serve para cumprir promessa feita. As pessoas que vivem assim são insuportáveis aos olhos do Senhor nosso Deus! (Deut. 20:17.18 BV)
Se na antiga aliança a questão é tratada assim abertamente, no novo testamento não poderia ser diferente. Não omissão sobre o assunto da prática do homossexualismo.
Uma das cartas mais densas escritas pelo apóstolo Paulo foi a carta aos Romanos. Roma era uma cidade de moral pervertida, cheia de idolatria e de todo tipo de expressão de sexualidade. Seus governantes eram mais devassos quanto mais alta era patente. Era esse o ambiente em que viviam os irmãos a quem Paulo escreveu sua carta.
(18) Portanto, a ira de Deus é revelada dos céus contra toda impiedade e injustiça dos homens que suprimem a verdade pela injustiça, (19) pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. (20) Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis; (21) porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e o coração insensato deles obscureceu-se. (22) Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos (23) e trocaram a glória do Deus imortal por imagens feitas segundo a semelhança do homem mortal, bem como de pássaros, quadrúpedes e répteis. (24) Por isso Deus os entregou à impureza sexual, segundo os desejos pecaminosos do seu coração, para a degradação do seu corpo entre si. (25) Trocaram a verdade de Deus pela mentira, e adoraram e serviram a coisas e seres criados, em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Amém. (26) Por causa disso Deus os entregou a paixões vergonhosas. Até suas mulheres trocaram suas relações sexuais naturais por outras, contrárias à natureza. (27) Da mesma forma, os homens também abandonaram as relações naturais com as mulheres e se inflamaram de paixão uns pelos outros. Começaram a cometer atos indecentes, homens com homens, e receberam em si mesmos o castigo merecido pela sua perversão. (28) Além do mais, visto que desprezaram o conhecimento de Deus, ele os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem o que não deviam. (29) Tornaram-se cheios de toda sorte de injustiça, maldade, ganância e depravação. Estão cheios de inveja, homicídio, rivalidades, engano e malícia. São bisbilhoteiros, (30) caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, arrogantes e presunçosos; inventam maneiras de praticar o mal; desobedecem a seus pais; (31) são insensatos, desleais, sem amor pela família, implacáveis. (32) Embora conheçam o justo decreto de Deus, de que as pessoas que praticam tais coisas merecem a morte, não somente continuam a praticá-las, mas também aprovam aqueles que as praticam. (Rom 1:18-32)
Os irmãos da cidade de Corinto também foram alertados em relação a esta questão. Paulo usou duas palavras quando se referiu ao que praticam o homossexualismo: malakós (μαλακός), palavra originalmente usada para descrever um tecido suave e arsenokoítês (ἁρσενοκοίτες), que é a junção das palavras arsen (homem) e koite (cama ou leito).
(9) Vocês não sabem que os perversos não herdarão o Reino de Deus? Não se deixem enganar: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem homossexuais passivos ou ativos e, (10) nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus. (1 Cor 6:9,10)
Timóteo, o jovem pastor, também recebeu orientação sobre o assunto.
(5) O objetivo desta instrução é o amor que procede de um coração puro, de uma boa consciência e de uma fé sincera. (6) Alguns se desviaram dessas coisas, voltando-se para discussões inúteis, (7) querendo ser mestres da lei, quando não compreendem nem o que dizem nem as coisas acerca das quais fazem afirmações tão categóricas. (8) Sabemos que a Lei é boa, se alguém a usa de maneira adequada. (9) Também sabemos que ela não é feita para os justos, mas para os transgressores e insubordinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreverentes, para os que matam pai e mãe, para os homicidas, (10) para os que praticam imoralidade sexual e os homossexuais, para os seqüestradores, para os mentirosos e os que juram falsamente; e para todo aquele que se opõe à sã doutrina. (1 Tim 1:5-10)
Conclusão
Quando o sexo assume uma dimensão na vida humana maior do que aquela que Deus projetou, tudo pode acontecer; Quando o prazer passa a ser um fim em si mesmo, vale tudo; Quando o ser humano vira as costas para Deus e não reconhece que as palavras dele são vida, nos tornamos uma espécie mortos-vivos.
Não há pecadinhos e pecadões. Todo pecado é uma afronta a Deus e todo pecador, seja ele um ladrão, um adúltero, um beberão, um homossexual, um corrupto ou um desonestos precisa reconhecer o seu pecado, arrepender-se e pedir ao Senhor o poder para mudar.
No que diz respeito à família, o avanço do homossexualismo é uma ameaça ao modelo de família deixada por Deus e por isso é um grande desafio para quem deseja viver família segundo a palavra de Deus. Essa é uma questão sobre a qual não cabe negociação.
Um grande desafio se coloca para a Igreja do Senhor Jesus Cristo: Oferecer um ambiente onde se promova a correta e saudável expressão sexual. Um ambiente tão cheio de amor e segurança quanto à vontade de Deus que exerça uma atração irresistível sobre aqueles que optaram pelo homossexualismo e os conduza aos pés de Cristo e a compreensão do amor indescritível que Ele tem por nós.
Um grande desafio se coloca para as famílias cristãs: assumir a responsabilidade pela orientação sexual de seus filhos, ensinando aos pequeninos, à luz da idéia de Deus para a família, maneiras adequadas para expressão de masculinidade e feminilidade. Papai e Mães, isso faz parte de sua tarefa.
Que o Senhor nos ajude e nos fortaleça para os tempos tenebrosos que ainda iremos enfrentar. Que o Espírito de Deus no encha de sabedoria e nos ensine. Que a Graça maravilhosa do Senhor Jesus alcance todo o povo de Deus agora e para sempre.

24 setembro 2007

Família: Idéia de Deus - 4/6

Por Aristarco Coelho
Igreja Batista do Caminho

Em nossa quarta mensagem sob o tema “Família: Idéia de Deus” quero refletir com os irmãos sobre os principais desafios enfrentados pela família nesse início de século.
Para introduzir alguns desses desafios, gostaria de apresentar um diagnóstico feito pelo sociólogo José Pastore da Universidade de São Paulo. Em um texto de sua autoria sobre a situação sócio-econômica da mulher, divulgado pelo Conselho nacional de Direitos da Mulher, ele diz:
“Até o final dos anos 50, o relacionamento sexual se baseava no engajamento amoroso de longa duração. Para ter sexo era preciso casar. Na década de 60, o mundo assistiu a separação entre sexo e casamento. O sexo atrelou-se à sinceridade dos parceiros, e não necessariamente ao casamento. O sexo fora do casamento deixou de ser tratado como expressão do pecado, passando a ser considerado como uma saudável expressão de amor. Mas a família continuou essencial para criar a prole. Na década de 90, porém, o casamento começou a se descolar da família. Hoje, muitas crianças vêm sendo geradas e criadas por parceiros não casados, e que não pretendem se casar... Assim, num primeiro estágio, o sexo se separou do casamento. Agora o casamento ameaça se dissociar da família... Resta saber qual será o impacto dessa inovação sobre os produtos do relacionamento - os filhos. Só o futuro dirá. Afinal, as crianças nascem sem voz, voto ou veto.”
Penso que José Pastore fez uma leitura correta da situação. Muitos dos problemas enfrentados por quem deseja viver família nos dias de hoje estão relacionados à desconstrução dessa liga que dá sustentação à estrutura social: Sexo, Casamento e Família.
Esses três elementos foram amalgamados pelo Senhor desde a criação do homem, mas vêm sendo separados uns dos outros nos últimos 50 anos. Em Gênesis 2:24, vemos claramente essa liga de sustentação:
Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne. (Gen 2:24)
Deixar pai e mãe é formar uma família; unir-se a sua mulher aponta para o casamento, o que autoriza tornar-se uma só carne, e isso inclui o sexo.
Nessa liga, são consideradas lícitas apenas as relações sexuais que fazem parte do contexto do casamento que é o ponto de partida a formação de uma família. Assim, é preciso casar para formar uma família e desfrutar de sexo lícito.
O Sexo desassocia-se do casamento
A partir da década de 60 do século 20, o sexo passou a ser considerado lícito também fora do casamento e, assim, deixou de ser necessário casar para desfrutá-lo. A partir dessa nova compreensão, basta a sinceridade dos envolvidos para que o sexo seja uma experiência moralmente correta. Esse momento de ruptura é muito importante para a família.
A questão principal não é que os anos 60 trouxeram o sexo fora do casamento (ele sempre existiu). A questão é que, a partir desse momento, a sociedade deixou de considerar isso como pecado e começou a tratar como uma expressão de amor e sinceridade.
Perdeu-se quase completamente a noção de que há um tempo certo e um cenário apropriado para o sexo. Esse cenário, chamado casamento, onde existem direitos e responsabilidades mútuas, foi substituído por uma visão hedonista da existência através da qual as pessoas e os relacionamentos servem apenas como meios para obtenção de prazer.
Alguns subprodutos dessa primeira ruptura como o Liberalismo Sexual, a Pornografia e o Avanço da Proposta Homossexual, se tornaram grandes desafios para a família:
Liberalismo Sexual
Vivemos hoje na pós-revolução sexual. A busca pelo prazer a qualquer custo tem levado os jovens a se iniciarem cada vez mais cedo na vida sexual. Na verdade, antes mesmo da adolescência, nossos filhos são expostos diariamente a uma cultura sensual e erótica.
Novelas, filmes e comerciais bombardeiam os olhos e a mente de nossos pequeninos com idéias e valores sobre o sexo que lhes roubam a infância e a ingenuidade. Nas meninas, a menarca chega cada vez mais cedo; nos meninos se desenvolve o interesse precoce pelos estímulos sexuais.
Quando chegam à adolescência a pressão por sexo é tremenda e a turma está sempre cobrando uma vida sexual ativa. Os resultados são mudanças visíveis e trágicas: a redução na média de idade na primeira relação sexual, o aumento do número de adolescentes grávidas, a multidão de filhos sem pais e a rejeição da virgindade como um símbolo de domínio próprio, respeito e honra.
Na juventude, alguns competem na quantidade e variedade de parceiros sexuais. Essa promiscuidade, que é aceita e incentivada por nossa sociedade permissiva é uma das principais formas de contaminação pelo vírus da AIDS. A saída encontrada são campanhas recomendando o sexo seguro com o uso de preservativos (porque não há campanhas incentivando o sexo dentro do casamento e a fidelidade conjugal como métodos de prevenção 100% seguros?).
Solteiros promíscuos arriscam-se a si mesmos e a seus muitos parceiros; Casados promíscuos colocam em risco também o cônjuge fiel que se considera protegido pela falsa integridade de seu relacionamento.
Na verdade parece que o Sexo se transformou em uma brincadeira irresponsável e sem limites.
Será que é assim? Sexo é como fazer uma caminhada, pular corda ou jogar uma partida de futebol, apenas uma atividade física? Claro que não! Ele tem consigo ligações físicas, emocionais e espirituais que não podem ser esquecidas.
(12) "Tudo me é permitido", mas nem tudo convém. "Tudo me é permitido", mas eu não deixarei que nada me domine. (13) "Os alimentos foram feitos para o estômago e o estômago para os alimentos", mas Deus destruirá ambos. O corpo, porém, não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor para o corpo. (14) Por seu poder, Deus ressuscitou o Senhor e também nos ressuscitará. (15) Vocês não sabem que os seus corpos são membros de Cristo? Tomarei eu os membros de Cristo e os unirei a uma prostituta? De maneira nenhuma! (16) Vocês não sabem que aquele que se une a uma prostituta é um corpo com ela? Pois, como está escrito: "Os dois serão uma só carne". (17) Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele. (18) Fujam da imoralidade sexual. Todos os outros pecados que alguém comete, fora do corpo os comete; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo. (19) Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos? (20) Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo. (1 Co 6:12-20 NVI)
A tentativa de tornar o sexo uma mera expressão física, um mero instinto animal, não encontra respaldo na Palavra de Deus. Tornar-se uma só carne é o ápice de um processo de convergência mútua de propósitos, sonhos, objetivos e crenças. Sexo é unir-se a outra pessoa física, emocional e espiritualmente: uma expressão de plena unidade.
É por isso que a Bíblia leva tão a sério a forma como expressamos nossa sexualidade e coloca nossas práticas sexuais lado a lado com questões ética, morais e espirituais.
Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros. (Heb 13:4)
Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte. (Rev 21:8)
(9) Não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, (10) nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbedos, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus. (11) E tais fostes alguns de vós; mas fostes lavados, mas fostes santificados, mas fostes justificados em nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus. (1Co 6:9-11)
(3) Mas a prostituição, e toda sorte de impureza ou cobiça, nem sequer se nomeie entre vós, como convém a santos, (4) nem baixeza, nem conversa tola, nem gracejos indecentes, coisas essas que não convêm; mas antes ações de graças. (5) Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de Deus. (Eph 5:3)
Nestes textos a palavra grega traduzida como impuro ou devasso é por'-nos (a mesma palavra que deu origem à pornografia) e tem o sentido de debochado, libertino ou fornicador. São textos que nos desafiam a uma vida pessoal santa.
Pornografia
Outro subproduto da independência entre o sexo e o casamento que ameaça a família é a proliferação da pornografia. Os meios de comunicação estão inundados de imagens pornográficas que reduzem o sexo a algo vulgar, mundano, subumano e pecaminoso.
A pornografia não atinge apenas as crianças e adolescentes, ao apresentar para eles uma caricatura do sexo; nem tampouco apenas os jovens, seduzindo-os com prazer fácil e sem compromisso. Muitos casais estão presos ao uso de filmes e brinquedo pornográficos e chegam a incluir terceiros em seus relacionamentos, tudo em busca de prazer. Sem perceber estão tomando veneno com gosto de açúcar.
Os homens os mais assediados pela pornografia, porque Deus nos fez estimulados através da visão (embora muitas mulheres já possam listar a pornografia como mais uma de suas conquistas). Jesus afirmou que a visão é uma porta de entrada inclusive ao adultério.
(27) Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. (28) Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela. (Mat 5:27-28)
Houve um homem que fez um pacto com seus olhos. Um pacto de integridade que todos os homens cristãos precisam fazer. O nome desse homem é Jó. Ele apresentou sua defesa diante dos amigos que o acusavam de pecado e explicou esse pacto as razões que o motivaram a fazê-lo.
(1) Fiz acordo com os meus olhos de não olhar com cobiça para as moças. (2) Pois qual é a porção que o homem recebe de Deus lá de cima? Qual a sua herança do Todo-poderoso, que habita nas alturas? (3) Não é ruína para os ímpios, desgraça para os que fazem o mal? (4) Não vê ele os meus caminhos, e não considera cada um de meus passos? (5) Se me conduzi com falsidade, ou se meus pés se apressaram a enganar, (6) - Deus me pese em balança justa, e saberá que não tenho culpa – (7) se meus passos desviaram-se do caminho, se o meu coração foi conduzido por meus olhos, ou se minhas mãos foram contaminadas, (8) que outros comam o que semeei, e que as minhas plantações sejam arrancadas pelas raízes. (9) Se o meu coração foi seduzido por mulher, ou se fiquei à espreita junto à porta do meu próximo, (10) que a minha esposa moa cereal de outro homem, e que outros durmam com ela. (11) Pois fazê-lo seria vergonhoso, crime merecedor de julgamento. 12 Isso é um fogo que consome até a Destruição; teria extirpado a minha colheita.
Jó fez um pacto consigo mesmo e com Deus. Um pacto com o propósito de NÃO fixar seus olhos em outra mulher que não fosse a sua. E embora isso possa parecer impossível para muitos homens e seja difícil de acreditar para muitas mulheres, Jó foi bem sucedido.
Deus mesmo foi quem atestou o sucesso de Jó.
E disse o SENHOR a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal. (Job 1:8)
Esse pacto de NÃO fixar os olhos em outra mulher que não fosse a sua, envolveu pelo menos três outros compromisso que serviram de suporte para que ele alcançasse o seu objetivo:
a) Não mentir ou enganar (v.5);
Jó compreendeu que para honrar o pacto que fizera com Deus era preciso agir com integridade e rejeitar a mentira e o engano. Mentira e engano são atitudes que preparam o terreno para a pornografia e impureza sexual.
· Folhear o encarte do jornal de forma aparentemente despretensiosa, mas ficar ligado nas propagandas de lingerie é mentir e enganar.
· Dizer que vai assistir o jornal da noite, mas ficar zapeando na TV em busca de alguma cena picante é mentir e enganar.
· Afirmar que vai acessar o Orkut e passar antes pelas páginas do ensaio fotográfico do mês é mentir e enganar.
· Dizer que chegou mais tarde porque se complicou no trabalho, quando na verdade passou um tempo na Lan House é mentir e enganar.
Não é possível crescer em credibilidade quando se cultiva mentiras no decorrer do dia. Não é possível crescer em dignidade enganando os outros e se escondendo atrás de uma farsa.
Jó decidiu não mentir nem enganar ninguém.
b) Não permitir que o coração seja conduzido pelos olhos (v.7);
Outra decisão de Jó foi não permitir que suas emoções fossem guiadas pelos seus olhos. Esse é o segundo estágio. Pode ser que você tenha usado a mentira para preparar o terreno da pornografia, mas você não precisa deixar essa história chegar ao final.
· Pare de folhear o encarte do jornal e passe a ler o jornal.
· Durma mais cedo ou tente ler um livro ou uma revista.
· Mude a posição do computador, acesse de portas abertas.
· Seja transparente sobre seus horários de saída e chegada.
(6) O SENHOR disse a Caim: "Por que você está furioso? Por que se transtornou o seu rosto? (7) Se você fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo". (Gen 4:6-7)
c) Não desejar outra mulher que não seja a sua.
A terceira decisão de Jó foi não desejar outra mulher que não seja a sua. Para se proteger disso ele tomou duas providências:
Primeiro não se deixar seduzir. É muito fácil entrar um jogo de sedução. No início parece uma brincadeira boba, mas é um jogo de cartas marcadas e o final é conhecido de todos. Se você não quer o final, não jogue o jogo da sedução.
Segundo não ficar espreitando a casa ou a vida ou mulher de quem quer que seja. Se você começar a observar... e considerar... e admirar... e elogiar... o desejo será o próximo passo.
Há um livro chamado “O Mito da Grama Mais Verde” em que o autor defende a tese de temos a tendência de valorizar o que não possuímos e desprezar o que está ao nosso alcance.
Faça um pacto com Deus sobre onde seus olhos vão repousar e permanecer. Faça como fez Jó. Decida em seu coração não em fixar seus olhos em nada e ninguém em que essa atitude não seja legítima.
Conclusão
Famílias sofrem por causa dessa separação entre o sexo e o casamento. Esposas sofrem com maridos que sucumbiram à pornografia. Maridos sofrem com esposas que se renderam à sedução como estratégia de sobrevivência. Famílias sofrem com seus orçamentos estourados por causa do preço pago pela diversão sexual. A igreja sofre com casamentos à beira do desastre. A sociedade sofre pela expressão desenfreada da sexualidade humana.
É hora de darmos um basta e reconectarmos os fios partidos. É no casamento que o sexo pode ter expressão para rica e repleta de prazer. Deus não rejeita o sexo, mas espera que ele seja vivido na dimensão em que Ele o projetou para nós.
(2) Ah, se ele me beijasse, se a sua boca me cobrisse de beijos... Sim, as suas carícias são mais agradáveis que o vinho... (10) Como são belas as suas faces entre os brincos, e o seu pescoço com os colares de jóias! (13) O meu amado é para mim como uma pequenina bolsa de mirra que passa a noite entre os meus seios. (15) Como você é linda, minha querida! Ah, como é linda!... (16) Como você é belo, meu amado! Ah, como é encantador! Verdejante é o nosso leito. 17 De cedro são as vigas da nossa casa, e de cipreste os caibros do nosso telhado. (Ct 1)
(2) Como um lírio entre os espinhos é a minha amada entre as jovens. A Amada... (3) Como uma macieira entre as árvores da floresta é o meu amado entre os jovens. Tenho prazer em sentar-me à sua sombra... (6) O seu braço esquerdo esteja debaixo da minha cabeça, e o seu braço direito me abrace. (16) O meu amado é meu, e eu sou dele; (Ct 2)
(9) Você fez disparar o meu coração, minha irmã, minha noiva; fez disparar o meu coração com um simples olhar, com uma simples jóia dos seus colares. (10) Quão deliciosas são as suas carícias... São mais agradáveis que o vinho, e a fragrância do seu perfume supera o de qualquer especiaria! (11) Os seus lábios gotejam a doçura dos favos de mel, minha noiva; leite e mel estão debaixo da sua língua. A fragrância das suas vestes é como a fragrância do Líbano. (12) Você é um jardim fechado, minha irmã, minha noiva; você é uma nascente fechada, uma fonte selada. (13) De você brota um pomar de romãs com frutos seletos, com flores de hena e nardo, (14) nardo e açafrão, cálamo e canela, com todas as madeiras aromáticas, mirra e aloés e as mais finas especiarias. (16) Acorde, vento norte! Venha, vento sul! Soprem em meu jardim, para que a sua fragrância se espalhe ao seu redor. Que o meu amado entre em seu jardim e saboreie os seus deliciosos frutos. (Ct 1)
Hoje eu gostaria de dar oportunidade para você clamar a Deus pela restauração da liga que Ele estabeleceu no Éden para fazer diferença em nossa sociedade. Decida hoje pedir ao Senhor que restaure essa área tão importante de sua vida e o ajude a adotar, na totalidade, os padrões de Deus para o Sexo, o Casamento e a Família.
Fale isso para Ele agora, em oração.
Primeiro confesse o seu pecado pelo nome que ele tem. Deus se alegra quando confiamos nele o bastante para escondermos nada. Confesse todos eles, desde aqueles que parecem inofensivos até aqueles que você considera mais graves. O Senhor deseja perdoar todos eles.
Peça perdão ao Senhor. Antes de tudo seu pecado é uma ofensa contra Ele. Reconheça que o seu pecado tem causado dor e sofrimento a você mesmo e a outros. Peça sabedoria a Deus para descobrir as formas de pedir perdão às pessoas que você magoou.

Se você é casado, peça ao Senhor que faça da sua cama um leito sem mácula. Se você é solteiro, viúvo ou separado peça ao Senhor que preserve seu testemunho e supra suas necessidades. Se você está namorando peça ao Senhor decisão e coragem para demonstrar seu amor esperando o tempo certo. Decida agora fazer um pacto, assim com Jó fez. Um pacto de integridade e pureza.