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03 abril 2016

O serviço ao Corpo de Cristo


O serviço ao Corpo de Cristo
Comunidade Batista em Mangabeira - João Pessoa/PB - Escola Bíblica  03/04/16 

Em nossa jornada para discernir de forma apropriada o Corpo de Cristo, chegamos agora no ponto em que refletiremos sobre o serviço de um membro do corpo.

Inúmeras abordagens podem ser dadas sobre esse assunto, inclusive com ênfase nos dons e capacitações dadas pelo Espírito. Aqui seremos modestos e trataremos sobre modos de pensar e viver que acabam por nortear nosso serviço no corpo. São eles o ativismo, o individualismo e a cooperação.

Ativismo – Serviço pelo serviço

Ativista é aquele que entende as ações práticas como o melhor (e às vezes o único) caminho para a transformação da realidade.

Sem dúvida ações práticas podem transformar a realidade, mas o ativista é aquele que coloca nelas toda sua esperança, e por isso dedica-se intensamente àquilo que se propõe a fazer, ao ponto de fazer de suas ações um fim em si mesmas.

Os ativistas são pessoas práticas. Ser prático não é ruim, muito pelo contrário. No entanto, para os ativistas a ênfase na praticidade acaba por transformá-la em pragmatismo, isto é, quando as coisas certas são aquelas que dão certo.

Os ativistas são intensos e tem grande capacidade para a realização de projetos em benefícios de outras pessoas. No entanto, com muita frequência, acabam com pouco tempo para relacionar-se com as pessoas a quem servem.

O que acontece quando um ativista se converte e se torna um membro do Corpo de Cristo? Ou quando um membro do corpo é seduzido pelo ativismo? Com frequência o ativismo o acompanha em suas atividades de serviço à igreja.

Surge então a figura de um cristão prático e realizador (o sonho de muitos pastores), mas tende a valorizar o serviço como um fim em sim mesmo e a aplaudir qualquer iniciativa ou realização que pareça ajudá-lo a atingir seus objetivos.

A igreja precisa de pessoas práticas e realizadoras, mas o corpo de Cristo sofre quando algum de seus membros se torna ativista e pragmático.

Quando ativismo e pragmatismo tomam conta de nossas iniciativas de serviço ao corpo de Cristo, diminui nossa preocupação com as pessoas e começamos a servir pelo serviço. Deixa de ser um serviço PARA o corpo e se transforma em um serviço NO corpo.

Marta era uma mulher prática e com grande capacidade de realização. Sozinha ela estava dando conta de recepcionar Jesus e seus discípulos. Quando sua irmã, Maria, se senta na sala para ouvir Jesus, sua paciência se esgota. Ela estava tão preocupada em fazer o que precisa ser feito que deixou de lado as pessoas a quem ela estava servindo.

38 Caminhando Jesus e os seus discípulos, chegaram a um povoado, onde certa mulher chamada Marta o recebeu em sua casa. 39 Maria, sua irmã, ficou sentada aos pés do Senhor, ouvindo-lhe a palavra.

40 Marta, porém, estava ocupada com muito serviço. E, aproximando-se dele, perguntou: "Senhor, não te importas que minha irmã tenha me deixado sozinha com o serviço? Dize-lhe que me ajude! "

41 Respondeu o Senhor: "Marta! Marta! Você está preocupada e inquieta com muitas coisas; 42 todavia apenas uma é necessária. Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada". Lucas 10. 41,42

Alguém já disse que os nossos piores defeitos são exatamente aas nossas melhores virtudes. É claro que o corpo não pode dispensar nem rejeitar seus membros mais ativos e operantes, porque precisamos de pessoas práticas e realizadoras. O que fazer, então?

Aqueles que se realizam e se alegram em ver as coisas funcionando precisam ser lembradas constantemente sobre o propósito do serviço. Servir à igreja não é o fim, mas um meio através do qual o Espírito nos edifica, aperfeiçoa e transforma. Na outra ponta de qualquer serviço no Corpo de Cristo há sempre uma pessoa e ela é mais importante que o serviço.

Individualismo – Serviço para mim

O individualismo é a atitude de viver para si mesmo. Somos indivíduos, pessoas únicas. Não se deve confundir, no entanto, essa individualidade com o entendimento de que o mundo gira ao nosso redor para nos fazer felizes.

O individualista vive sua vida independente das ouras pessoas, como se o modo de viver adotado por ele não fosse da conta de ninguém. Ele age como se fosse autossuficiente e pudesse viver sem depender de ninguém.

21 O olho não pode dizer à mão: "Não preciso de você! "Nem a cabeça pode dizer aos pés: "Não preciso de vocês!" 1 Co 20.21

O individualismo, portanto, causa dois problemas sérios à igreja ao reforçar o engano da independência:

1)  Faz-nos achar que não precisamos nos importar com os outros;
2)  Faz-nos achar que o corpo não sofre por nossa causa.

26 Quando um membro sofre, todos os outros sofrem com ele; quando um membro é honrado, todos os outros se alegram com ele. 1Co 12.26

O egocentrismo é tão sorrateiro, tão inerente à natureza adâmica que se apresenta inclusive em nossa busca espiritual; como que camuflado.

Por que busco uma vida santa?
Para eu mesmo ser santo.

Por que desejo o poder de Deus?
Para eu ser reconhecido assim.

Por que desejo um ministério frutífero?
Para eu ter frutos a apresentar

Por que almejo que o Reino venha?
Para que eu possa experimentar esse reino.

O individualismo nos encoraja a permanecermos centrados em nós mesmo, mas quando confiamos o destino de nossas vidas às mãos de Jesus não precisamos mais viver assim.

21 De fato, vocês ouviram falar dele, e nele foram ensinados de acordo com a verdade que está em Jesus. 22 Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, 23 a serem renovados no modo de pensar e 24 a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade. (Ef. 4.21-24)


Enquanto o egoísta cuida de si mesmo, por uma questão de segurança, aqueles que experimentam sua condição de membro do Corpo de Cristo cuidam uns dos outros por uma questão de confiança, porque se sentem seguros no Senhor.

Nenhum membro do corpo trabalha para si mesmo; todos trabalham para o corpo. O olho não vê para si mesmo, seu serviço é para que o corpo veja; o ouvido não ouve para si mesmo, é o corpo como um todo o beneficiado pela audição; as narinas não usufruem do olfato sozinhas, mas todo o resto do corpo sente seus benefícios.

Da mesma forma é na igreja: o serviço não é para benefício de quem serve. Não é para que você se sinta bem (ainda que isso vá acontecer). O serviço é para os demais membros do corpo.

Cooperação – Serviço para o corpo

Deixados de lado o serviço NO CORPO e serviço PARA SI, estamos prontos para refletir sobre o serviço AO CORPO.

Cada membro do corpo recebe do Senhor algum aspecto, uma porção característica de Cristo que ecoa em sua vida. Nossa experiência com Cristo por meio da Palavra e da oração, em meio às lutas da vida, nos faz experimentar a vida de Cristo de forma peculiar. Servir à igreja é colocar tudo o que temos recebido do Senhor à disposição para abençoar a vida dos irmãos.

18 De fato, Deus dispôs cada um dos membros no corpo, segundo a sua vontade. 19 Se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? 20 Assim, há muitos membros, mas um só corpo. 1 Co 12.18-20

Nosso ministério específico no corpo de Cristo é resulta das lições específicas que o Senhor nos tem ensinado. Cada um de nós foi capacitado de forma bem peculiar para suprir as necessidades do corpo. Se ainda não descobrimos qual é esse ministério, devemos buscar ao Senhor par descobri-lo.

Não adianta simplesmente fazer o que os outros estão fazendo. Cada membro foi colocado no corpo para supri-lo em certas necessidades que só aquele membro pode atender.

28 Assim, na igreja, Deus estabeleceu primeiramente apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres; depois os que realizam milagres, os que têm dom de curar, os que têm dom de prestar ajuda, os que têm dons de administração e os que falam diversas línguas. 1 Co 12.28

Então, qual o primeiro passo: buscar ao Senhor com a seguinte oração: Senhor Jesus, como devo servir aos meus irmãos? Ajude-me a descobrir como posso ser útil para a edificação e o fortalecimento do teu corpo, a igreja!

Servir à igreja é repartir a vida de Cristo. Por isso, o serviço ao corpo de Cristo baseia-se no conhecimento de Cristo recebido em nossa vida de comunhão com ele. Não se trata meramente de realizar uma tarefa ou transmitir uma doutrina.

A locomotiva desse trem chamado serviço é a vida e não o conhecimento ou a habilidade. Não é muito saber ou a destreza que qualifica o serviço, mas o viver submetido ao Senhor.

Isso quer dizer que não há restrições acadêmicas, culturais, econômicas, teológicas ou de qualquer outra natureza que limite ou oriente o serviço. Todos que receberam vida do Senhor têm também vida a transmitir, de alguma foram, aos demais membros do corpo.

Nee propõe que o serviço ao corpo não deve preceder a experimentação de Cristo e a imersão no seu corpo.

“ Primeiro a experiência de Cristo, depois a doutrina de Cristo; primeiro a vida de Cristo, depois os ensinamentos de Cristo. Primeiro a vida, depois a doutrina. Primeiro um problema, depois a solução. Primeiro a experiência, depois o ensinamento.”

Cooperar é trabalhar junto. É assim o serviço ao Corpo de Cristo. Cada membro entrega o que recebeu de Cristo aos demais.


Bibliografia de consulta
A realidade da Igreja - Watchman Nee

Traduções das Bíblia
NVI - Nova Versão Internacional
OL - O Livro
ARA - Almeida Revista e Atualizada
KJA - King James Atualizada