03 dezembro 2008

Que igreja seremos – Servir ou ser servido 2



Introdução

Que igreja seremos no futuro? As decisões que fazemos hoje é que determinam o tipo de igreja que seremos. Planos e projetos são bons, mas não são suficientes para dar direção a uma igreja. A direção de uma igreja é o resultado da decisão de cada um de nós.

Seremos uma igreja que serve ou é servida?
Qual é a sua decisão, servir ou ser servido?

O serviço que agrada o coração do Senhor é voluntário.

• Quem serve por obrigação não tem liberdade é um escravo contra a própria vontade.

• Quem serve pelo pagamento é um empregado que é remunerado pelo que faz, recebe o pagamento do seu serviço e nada mais tem a requerer

• Quem serve voluntariamente, por livre vontade, é um parceiro de Deus na restauração do mundo que Deus planejou para nós.

Quando o serviço ao Senhor (tanto faz, se dentro ou fora da igreja) é prestado de forma espontânea, isso alegra o coração do Pai. Foi esse o exemplo que Jesus deixou quando serviu ao Deus Pai com sua vida.

(14) "Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas; e elas me conhecem; (15) assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas. (16) Tenho outras ovelhas que não são deste aprisco. É necessário que eu as conduza também. Elas ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor. (17) Por isso é que meu Pai me ama, porque eu dou a minha vida para retomá-la. (18) Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha espontânea vontade. Tenho autoridade para dá-la e para retomá-la. Esta ordem recebi de meu Pai".( Joh 10:14-18 - NVI)

Nesta igreja, o serviço tem sido, e queremos que seja sempre, voluntário. Temos aberto mãos das estratégias que pressionam as pessoas a servir, porque cremos que o Senhor se agrada quando usamos os dons, talentos e recursos que temos voluntariamente.

Não somos nem devemos nos portar como crianças que precisam ser forçadas a fazer as coisas que precisam e devem ser feitas. Devemos nos tornar adultos responsáveis que vêem as necessidades do Corpo de Cristo e se colocam à disposição para servir.

Aqueles que são obrigados a servir ficam esperando que o “feitor” venha dar as ordem e dizer o que deve ser realizado; se o feitor não vier, ótimo. São incapazes de tomar a iniciativa de alguma coisa porque isso só traria mais trabalho para eles, que servem por que se sentem obrigados.

Mas aqueles que decidem servir voluntariamente, como Jesus, ficam de olhos abertos para as oportunidades de participar com seus dons e talentos.

Aqueles que servem pelo pagamento vivem de relógio em punho para contar cada minuto que “trabalham”. Têm um expediente a cumprir, mas não estão dispostos a passar um segundo a mais que seja do contratado. Se servem no sábado, não vem no domingo; se vêm em um domingo, não vêm no outro. E quando termina o seu “expediente” só pensam em voltar para casa.

Mas aqueles que decidem servir voluntariamente, como Jesus, estão sempre à disposição. Estão sempre comprometidos com Reino, porque para eles servir não é para receber nada, é para dar tudo.

Que igreja seremos – Servir ou ser servido 1

Introdução

Que igreja seremos no futuro? As decisões que fazemos hoje é que determinam o tipo de igreja que seremos. Planos e projetos são bons, mas não são suficientes para dar direção a uma igreja. A direção de uma igreja é o resultado da decisão de cada um de nós.

Seremos uma igreja que serve ou é servida?
Qual é a sua decisão, servir ou ser servido?

Nós sabemos que decisão devemos tomar, mas saber a decisão certa não muda nada na vida da gente. O que muda é tomar a decisão certa.

A maioria de nós é capaz de falar muitas coisas bonitas sobre servir, mas poucos são aqueles que se colocam a serviço dos outros. Por quê?

Como cristão conhecemos o valor do servir, mas na prática não nos sentimos atraídos por ele porque nos sentimos diminuídos quando servimos.

Em nossa forma de pensar, servir é uma falta de opção. Nossos filhos são treinados e orientados para estudar e progredir na vida. Esse progresso é sinônimo de ter o que quiser e ser servido pelas outras pessoas.

Na economia o serviço é um bem que é vendido e comprado. Quem não possui propriedades e não tem dinheiro acumulado, vende os seus serviços para sobreviver,

Para muitas pessoas o serviço é considerado uma humilhação porque a posição social de quem serve está ligada ao status do escravo: alguém que não tem liberdade, que é obrigado a fazer aquilo que os outros se negam a realizar.

Por esses e outros motivos, servir soa tão mal aos nossos ouvidos.

Jesus e o serviço

Que tipo de pessoa você quer ser? Alguém que serve ou alguém que é servido? O que realmente é melhor para nós? Qual a melhor decisão para a sociedade? Qual é o tipo de atitude que nos tornará parceiros de Deus para restaurar o mundo que ele planejou para nós?

Precisamos olhar para Jesus. Ele tem uma forma própria de considerar essa questão. A maneira de Jesus ver a decisão entre servir e ser servido é revolucionária porque vai contra o senso comum da humanidade.

Acontece que esse senso comum foi afetado pela nossa distância de Deus e do projeto dele para nós. Por isso, não podemos confiar nele. É preferível confiar em Jesus e no jeito como ele ver todas as coisas, inclusive quanto a essa tensão entre servir e ser servido.

Hoje vamos ver dois textos que nos ajudarão a conhecer melhor a opinião do Filho de Deus sobre servir e ser servido. O primeiro está no evangelho de Marcos 10:32-41 e o segundo é João 13:1-17.

(32) Estavam de caminho, subindo para Jerusalém, e Jesus ia adiante dos seus discípulos. Estes se admiravam e o seguiam tomados de apreensões. E Jesus, tornando a levar à parte os doze, passou a revelar-lhes as coisas que lhe deviam sobrevir, dizendo: (33) Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas; condená-lo-ão à morte e o entregarão aos gentios; (34) hão de escarnecê-lo, cuspir nele, açoitá-lo e matá-lo; mas, depois de três dias, ressuscitará. (Mar 10:32-34)

Era um clima tenso e cheio de apreensões. Jesus e seus discípulos estavam indo em direção a Jerusalém onde uma multidão de peregrinos de todas as partes se reunia todos os anos.

Jesus sabia que aquela seria sua última viagem a Jerusalém e passou a compartilhar com seus discípulos os acontecimentos que estavam prestes a ocorrer. Jesus não queria que eles estivessem à parte do plano de Deus.

Os sacerdotes e escribas judeus fariam um complô para prender Jesus e condená-lo à morte. Depois disso, Jesus seria entregue aos romanos para que a sentença fosse cumprida.

Além disso esse seria um momento de humilhação e zombaria. Jesus seria alvo de pouco caso, seria cuspido em sinal de desprezo e depois de toda a tortura física e emocional, ele seria por fim morto. Dá quase pra ver o rosto triste e o semblante cabisbaixo dos discípulos ao ouvir a descrição de Jesus.

Tiago e seu irmão João, depois de ouvir tudo, dizem que têm algo a pedir para Jesus.

(35) Então, se aproximaram dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo-lhe: Mestre, queremos que nos concedas o que te vamos pedir. (36) E ele lhes perguntou: Que quereis que vos faça? (37) Responderam-lhe: Permite-nos que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda.

Tiago e João estavam sintonizados em outro canal. Eles não compreendiam o agir de Deus. Para Eles não havia sentido naquilo que Jesus falava. Jesus era o messias vitorioso. Finalmente eles que estavam dominados pelos romanos seriam os dominadores. Jesus era o enviado de Deus. A questão mais importante para eles agora era: quem vai ser o segundo na hierarquia de poder do reino de Cristo?

Depois de três anos de caminhada lado ao lado com aqueles homens, ouvir o que Jesus ouviu dá vontade até de chorar. Mas Cristo, pacientemente, explica que eles não tinham noção do que estavam pedindo e que a preocupação deles com poder e posição não era saudável.

(38) Mas Jesus lhes disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que eu bebo ou receber o batismo com que eu sou batizado? (39) Disseram-lhe: Podemos. Tornou-lhes Jesus: Bebereis o cálice que eu bebo e recebereis o batismo com que eu sou batizado; (40) quanto, porém, ao assentar-se à minha direita ou à minha esquerda, não me compete concedê-lo; porque é para aqueles a quem está preparado. (Mar 10:35-40)

Acontece que toda essa história não passou despercebida aos demais apóstolos. Os outros ficaram indignados com a atitude de Tiago e João. Como é que eles tiveram a coragem de falar com Jesus antes de nós!?

(41) Ouvindo isto, indignaram-se os dez contra Tiago e João.

O pensamento de todos eles era o mesmo. O jeito que eles conheciam para fazer funcionar as coisas era com base no domínio e na opressão. Eles não queriam apenas libertar-se dos romanos, mas queriam se tornar eles mesmos os dominadores.

Dentro de nossas almas há uma enorme sede de controle e poder. Por quê. Porque somos inseguros e quando somos os maiorais, nos sentimos menos inseguros.

Um educador brasileiro chamado Paulo Freire, entendendo que a educação poderia libertar os oprimidos desenvolveu um método de alfabetização de adultos. Depois de anos de trabalho, ele afirmou algo que retrata essa sede da alma por dominar: quando o oprimido é libertado do opressor, ele assume o mesmo papel de opressão. O oprimido tem um opresso oculto em sua alma.

Jesus sabia disso. Então ele chamou os doze para perto de si para ensina algo a respeito de servir e ser servido.

(42) Mas Jesus, chamando-os para junto de si, disse-lhes: Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade.

Jesus reconhece que há um senso comum na humanidade pelo qual a dominação é a única forma de fazer a vida funcionar. Ele admite que nosso mundo caído, que não se importa com as idéias de Deus sobre vida encontrou um jeito para as coisas acontecerem: uma cadeia de opressão e domínio.

Opressão e domínio não podem conviver com o serviço voluntário e amoroso. Opressão e domínio têm como resultado um serviço doloroso e cheio de amargura. O sistema do mundo em que vivemos funciona assim. O serviço é extraído à força das pessoas, que servem porque são obrigadas a fazê-lo.

Aqueles que tem poder, não usam seu poder para servir, mas para serem servidos. Quem tem autoridade, não a usa em benefício dos outros, mas em benefício de si mesmo. Aqueles que foram colocados em posição de domínio sobre as pessoas, usam essa posição para atingir seu próprios objetivos, não para servi-las.

(43) Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; (44) e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. (Mar 10:41-44)

É nesse ponto que vem a palavra revolucionária de Cristo: entre vós não é assim. Jesus chama aqueles homens para se tornarem parceiros de Deus na reconstrução do mundo como Deus imaginou.

No mundo que Cristo deseja restaurar a marca daqueles que têm um grande caráter é o serviço. Grandes não são aqueles que têm pessoas a sua disposição para cumprir suas ordens, mas sim aqueles que se colocam a serviço das pessoas que estão ao seu redor.

No mundo que Cristo deseja restaurar, grandes são aqueles que têm como se não tivessem e são como se não fossem, porque devolvem qualquer poder e qualquer autoridade que receberam de Deus em forma de serviço para as outras pessoas.

No mundo que Cristo deseja restaurar, os primeiros são aqueles que em suas vidas se consideram com a obrigação de servir às pessoas. Esses sãos os recebem o reconhecimento do Pai.

Conclusão

Essa é a opinião de Cristo. Na verdade, não apenas a opinião esse foi o modo de vida de Cristo. Não há dúvidas que é revolucionário e utópico aos olhos humanos, mas é assim que o Filho de Deus vê o mundo funcionando.

Pode ser que a vida tenha lhe tornado cético, porque ela realmente tem essa capacidade. Você já viveu tantas frustrações e decepções que já não tem mais esperança em coisas como essas. Eu não quero desprezar o que você já viveu, apenas quero desafiá-lo a voltar a sonhar e experimentar acreditar nas palavras do Filho de Deus. A vida que Deus planejou para nós não pode ser insossa e sem esperança.

Pode ser você seja um jovem que está dando os primeiros passos por conta própria. Ouça as palavras de Cristo. Viver conforme a orientação Dele só vai trazer bons resultados para sua vida. Decida viver do jeito que Jesus viveu. Além disso, perceba que Cristo está chamando você para ser parceiro dele na reconstrução do mundo. Essa é uma grande aventura que você não pode perder. Decida servir.

Talvez você ouviu tudo isso e está enrolado como filhos, esposa, trabalho, chefes, igreja, família, contas, e dezenas de outras coisas. Sua pergunta é o que isso tudo tem a ver com a minha semana que começa amanhã?

Servir é priorizar as pessoas. Servir é reconhecer que os relacionamentos são mais importantes do que as tarefas e realizações. Servir é valorizar sua esposa e seus filhos e se deixar usar por deus para suprir suas necessidades; servir é decidir que você não está satisfeito com o mundo cão em que você vive, que você tem esperança de a vida possa ser melhor do que é hoje. Servir é ter esperança no coração de que o Reino de Deus virá e que você quer ser parceiro de Deus dizendo: venha o teu reino, seja feita a tua vontade.