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03 abril 2016

Não temas!

Não temas!
 Primeira Igreja Batista em João Agripino - João Pessoa/PB - 03/04/16 


Boa noite, meus irmãos! É uma alegria e um prazer compartilhar a Palavra com vocês hoje à noite. Minha gratidão ao Pr. Rick pelo convite e pela confiança em compartilhar comigo o púlpito desta igreja.

Eu trago o abraço caloroso dos irmãos da Comunidade Batista em Mangabeira e de sua liderança e peço ao Senhor que continue a agir na vida desta igreja de forma a completar a boa obra que Ele começou em cada um de vocês.

Leitura Bíblica

Depois destas coisas veio a palavra do Senhor a Abrão numa visão, dizendo: Não temas, Abrão; eu sou o teu escudo, o teu galardão será grandíssimo. (Gn 15:1)

Oração

Nós vivemos tempos amedrontadores. O medo parece ter-se tornado um elemento dos mais comuns em nossa rotina. Medo de perder o emprego, medo de ser assaltado, medo de não encontrar alguém pra dividir a vida, medo de não passar na prova, medo de ser rejeitado, medo de não ser bem sucedido, medo de não ser amado, medo gripe H1M1, medo da Zica, medo da morte, e também medo da vida.

Mas a verdade é que ninguém gosta de dizer que está com medo. E não é para menos, os medrosos são tratados com certo desdém. Eles não são apontados como exemplos nem ocupam lugares de honra nas narrativas históricas. Os medrosos quase sempre desprezados, às vezes injustamente, mas ainda assim desprezado. Isso tudo nos faz rejeitar o medo que habita em nós.

Resolvi me debruçar sobre as Escrituras para entender melhor como o Senhor lida com o nosso medo. Pelo que percebi, Ele, que nos criou, sempre considerou o medo algo inerente à condição humana; mas, ao mesmo tempo, algo que devemos dominar (ao invés de sermos controlados por ele).

É fácil confirmar isso! Em uma pesquisa pelas páginas das Escrituras, é possível encontrar os grandes expoentes da fé sendo exortados pelo Autor da fé a não permitirem que o medo os domine. Vejamos:

Abraão
Depois destas coisas veio a palavra do Senhor a Abrão numa visão, dizendo: Não temas, Abrão; eu sou o teu escudo, o teu galardão será grandíssimo. (Gn 15:1)

Abraão: fora chamado por Deus e estava saindo do meio de sua parentela para um lugar cheio de riscos e perigos. Ele não conhecia muito bem a maneira de agir do Senhor e não tinha qualquer certeza a respeito do seu futuro. Eu sou o teu escudo

Isac
E apareceu-lhe o Senhor na mesma noite e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai; não temas, porque eu sou contigo, e te abençoarei e multiplicarei a tua descendência por amor do meu servo Abraão. (Gn 26:24)

Isac: não tinha um relacionamento pessoal com o Senhor, que era o Deus do pai dele. Eu sou contigo e te abençoarei
  
Jacó
(2) Falou Deus a Israel em visões de noite, e disse: Jacó, Jacó! Respondeu Jacó: Eis-me aqui. (3) E Deus disse: Eu sou Deus, o Deus de teu pai; não temas descer para o Egito; porque eu te farei ali uma grande nação. (4) Eu descerei contigo para o Egito, e certamente te farei tornar a subir; e José porá a sua mão sobre os teus olhos. (Gn 46:2-4)

Jacó: ficou com medo do que aconteceria com ele no Egito. Como Deus poderia pensar em algo bom se ele e sua família estavam sendo levados para o Egito? Eu te farei ali uma grande nação

Josué
Então disse o Senhor a Josué: Não temas, e não te espantes; toma contigo toda a gente de guerra, levanta-te, e sobe a Ai. Olha que te entreguei na tua mão o rei de Ai, o seu povo, a sua cidade e a sua terra. (Js 8:1)

Josué: ficou com medo de enfrentar os exércitos da cidade de Ai. Será que Deus daria vitória nessa empreitada? Eu entreguei na tua mão o rei de Ai
   
Gideão
(22) Vendo Gideão que era o anjo do Senhor, disse: Ai de mim, Senhor Deus! Pois eu vi o anjo do Senhor face a face. (23)Porém o Senhor lhe disse: Paz seja contigo, não temas; não morrerás. (Jz 6:22,23)

Gideão: teve medo de Deus. Ele achou que seria fulminado por que estava na presença de Deus. Gideão não conhecia o Senhor de perto. Eu não te matarei

Jeremias
(6)Então disse eu: Ah, Senhor Deus! Eis que não sei falar; porque sou um menino. (7)Mas o Senhor me respondeu: Não digas: Eu sou um menino; porque a todos a quem eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar dirás. (8)Não temas diante deles; pois eu sou contigo para te livrar, diz o Senhor. (Jr 1:6-8)

Jeremias: teve dúvidas a respeito de quem o protegeria em seu ministério. Como ele poderia falar a Palavra do Senhor com tantas ameaças? Será que o Senhor poderia protegê-lo e guardá-lo? Eu sou contigo para te livrar

Paulo
(9) E de noite disse o Senhor em visão a Paulo: Não temas, mas fala e não te cales; (10) porque eu estou contigo e ninguém te acometerá para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade. (11) E ficou ali um ano e seis meses, ensinando entre eles a palavra de Deus. (At 18:9-11)

Paulo: teve dúvida se deveria ou não continuar a pregar o evangelho em Corinto. Como seria o futuro? Deus o guardaria do mal? Eu estou contigo e ninguém te acometerá para te fazer mal

Como lidar com o medo?

O que nos dizem esses textos? Duas questões iniciais me chamaram a atenção:

A primeira é que nenhum de nós deve se deixar dominar por sentimentos de inferioridade espiritual ou de tristeza profunda porque está com o medo diante dos desafios da vida. Aos sentirmos medo estamos na companhia dos grandes da Fé!

Então, quando o medo vier ao invés de simplesmente negá-lo ou de se entristecer, você vai se lembrar, que Abraão, Isac, Jacó, Josué, Gideão, Jeremias e próprio apóstolo Paulo também se sentiram com medo.

A segunda é que não podemos nos acostumar com o medo, não devemos deixar que ele se aloje em nossas almas; o medo eventual faz parte da vida, mas o medo permanente pode massacrar nossas almas nos tornando incapazes de enfrentar os desafios da vida. 

Essa foi a palavra do Senhor para cada um desses grandes da fé: NÃO TEMAS!

Abraão: Eu sou o teu escudo
Isac: Eu sou contigo e te abençoarei
Jacó: Eu te farei ali uma grande nação
Josué: Eu entreguei na tua mão o rei de Ai
Gideão: Eu não te matarei
Jeremias: Eu sou contigo para te livrar
Paulo: Eu estou contigo

Essa também a palavra dele para você hoje à noite: NÃO TEMAS!

Então, quando tentamos enfrentar nossos medos, podemos nos agarrar à certeza de que estamos na companhia dos grandes da Fé também nisso! Abraão, Isac, Jacó, Josué, Gideão, Ezequias, Jeremias e Paulo fizeram a mesma coisa.

Se você já se apropriou dessas importantes questões iniciais. Podemos agora procurar um caminho para lidar com esse inimigo que se esconde dentro de nós? É claro que não há uma fórmula mágica para isso, mas eu penso que podemos extrair dessas histórias alguns conceitos úteis para os momentos de medo.

Conceitos

Analisando essas passagens, constatei pelo menos dois conceitos importantes:

O PRIMEIRO é que o medo facilmente encontra espaço em nossas almas por que o futuro é incerto e desconhecido. O que vai acontecer? Não sabemos. Será que vai dar certo? Não sabemos. Ela vai gostar de mim? Você não sabe agora. Eu vou conseguir? Você não sabe agora. Quando as coisas vão melhorar. Você não sabe.

O que fazer? Saul o primeiro rei de Israel decidiu procurar uma pitonisa, uma mulher que dizia prever o futuro. Ele queria saber se iria ganhar a batalha que estava prestes a acontecer.

Algumas pessoas procuram cartomantes, leem horóscopos, frequentam reuniões de oração com profetisas, procuram videntes nas mesas brancas, tudo em busca de algo que amenize o medo instalado em suas almas a respeito do futuro.

Há também os que se cercam planejamento. Fazem seguros, criam reservas financeiras, assinam resenhas políticas e econômicas e tentam de toda forma controlar o futuro. O que você faz?

Parece que Deus não tem muito interesse em revelar o futuro. Vez por outra é fez isso a alguns profetas, mas nunca foi a regra; é sempre uma exceção. A regra é que o futuro é imponderável. Qual a saída? Deus propõe a Abraão, Isac, Jacó, Josué, Gideão, Ezequias, Jeremias e Paulo o seguinte: Confie em mim! Eu estou no controle do universo!

Portanto, meus irmãos, a solução de Deus para as incertezas que nos metem medo é confiarmos nele.

Ocorre que não se confia em alguém assim do nada. Confiança é algo que se constrói com o tempo, através de um relacionamento. É assim que o caráter de alguém é provado.

Minha conclusão é que talvez seja exatamente esse o motivo pelo qual nossa confiança no Senhor seja tão frágil: conhecemos Deus de ouvir falar, pelos livros ou pelo testemunho de outros irmãos, mas nós mesmos pouco sabemos sobre ele.

É nesse ponto que apresento o SEGUNDO conceito extraído dos nossos textos: o medo encontra espaço em nossas almas porque ainda temos dúvidas sobre o caráter de Deus. Muita gente tem até medo de orar como Jesus “seja feita a tua vontade”. E essas dúvidas sobre o caráter de Deus, que nos consomem, são a prova da distância a que nos encontramos dele.

E qual é a saída que Deus propôs àqueles homens? Simples: Deus falou com eles. A saída para nossas dúvidas a respeito do caráter de Deus é nos aproximarmos dele. A saída é um relacionamento pessoal com ele que ultrapassa as paredes nossos templos e invade nossas vidas.

Cada vez que esse relacionamento com o Senhor se estreita nas pequenas decisões da vida e você experimenta na prática o cuidado, o amor, a misericórdia, a correção amorosa de Deus em sua vida, suas dúvidas sobre o caráter dele vão-se dissipando e sua confiança nele vai se tornando mais forte.

Conclusão

Para finalizar nossa reflexão, quero dizer que estou convencido que o medo não subsiste por muito tempo onde existe amor. E a base do amor é o relacionamento. Por isso, o profeta Oseias nos conclama dizendo:

Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor; a sua saída, como a alva, é certa; e ele a nós virá como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra. (Os 6:3)

Quando nos aproximamos do Senhor e nos damos conta do grande amor que Ele tem por nós somos atraídos por esse amor e o medo é lançado fora. É isso que diz o apóstolo João.

No amor não há medo antes o perfeito amor lança fora o medo; porque o medo envolve castigo; e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor. (1Jo 4:18)

O medo faz parte das limitações humanas, mas somos chamados a enfrentá-lo a partir de um relacionamento profundo com o Senhor, que nos fará amá-lo ainda mais e confiar nele.

Patriarcas, Juízes, Reis, Profetas e Apóstolos aprenderam sobre o Senhor andando com Ele no dia-a-dia de suas vidas. Para eles o Senhor não era um Deus distante e remoto;

Eles experimentaram a presença de Deus, aprenderam a confiar Nele e adquiriram força para enfrentar os seus medos. É esse também o nosso caminho como discípulos de Jesus.


Que o Senhor nos abençoe e se faça presente em nossas vidas.

20 março 2016

Pistas para um imitador de Jesus


Pistas para um imitador de Jesus
Comunidade Batista em Mangabeira 4 -  João Pessoa/PB - 20/03/2016

Conexão

Boa noite, irmãos. Semana passada fomos desfiados pelo pr. Francisco a avaliar o custo de ser um discípulo de Jesus. Seguir o Senhor não é como no Facebook; não é apenas clicar e adicioná-lo como amigo.

Ele nos alertou que ser discípulo significa estar disposto a colocar tudo e todos em segundo plano. É confiar no amor de Deus e seguir o exemplo que ele nos deu: Jesus entregou a vida por você (um sacrifício de sangue); você entrega sua vida a ele como uma oferta viva a Deus. Ele morreu por você afim de que você viva para Ele.

Os desafios de entrega total a que o Senhor nos chama são tão difíceis que poderíamos desanimar. Mas ele mesmo é quem garante que não seremos abandonados nessa empreitada. Quando entregamos nossa vida ele, o seu amor gracioso nos alcança e nos socorre em nossas imperfeições e pecados.

O chamado de Jesus para sermos discípulos dele é um convite para nos tornarmos seus imitadores e fazermos como ele fez. Esse chamado ecoou pela voz dos seus apóstolos. É nesse sentido que Paulo nos convoca a termos em nós o mesmo sentimento que também houve em Cristo Jesus.

Hoje vamos continuar esta série de pregações refletindo sobre uma história conhecida por muitos. Esta semana ela foi repetida pelo Papa Francisco como parte das celebrações da semana que é chamada santa: a cerimônia de lava-pés.

Alguns acham que seguir a Jesus é algo misterioso (embora na verdade não seja). Diante disso, meu propósito hoje à noite é oferecer, a partir da narrativa do apóstolo João, algumas pistas para aqueles que desejam ser imitadores de Jesus. Portanto abram suas bíblias no capítulo 13 do evangelho de João para acompanharmos juntos a leitura dos primeiros dezessete versos.

Leitura Bíblica (Jo. 13.1-17).

Oração

Introdução

Neste final de semana muitos estão celebrando a Páscoa. No entanto, a Páscoa festejada nos meios de comunicação nada tem a ver com aquela que estava prestes a acontecer quando os fatos da nossa história se desenrolaram. Hoje a páscoa é uma mistura de símbolos com significados pagãos, como o ovo e o coelho, e muita vontade dos comerciantes de vender chocolate. Essa Páscoa nada tem a ver com o evangelho de Cristo.

Já a páscoa do relato de João era uma festa judaica, instituída por Deus para que os Israelitas celebrassem a libertação do povo que fora escravizado no Egito. Era a lembrança daquele dia fatídico em que os primogênitos egípcios foram mortos, enquanto o anjo passou por cima de todas as casas cujos umbrais estavam marcados com o sangue do cordeiro, poupando assim os filhos de Israel. Essa Páscoa também não é uma festa cristã. Ela é o que é: uma celebração judaica. Portanto, com base nas Escrituras, não há razão para os cristãos festejarem a páscoa judaica e muito menos a páscoa pagã. 

Por outro lado, é inegável que desde os primeiros dias da fé cristã, os discípulos de Jesus de origem judaica reconheceram que há um paralelo entre essas histórias de libertação. Por isso Paulo afirma que Jesus é nosso cordeiro pascoal (I Co. 5.7). No entanto, enquanto celebrava a páscoa judaica com seus discípulos, falando sobre seu sangue a ser derramado e seu corpo a ser entregue por nós, o Senhor nos chama a celebrar uma nova aliança. 

Assim, embora Cristo seja nosso cordeiro pascoal, fomos chamados por ele não para celebrar a páscoa, mas para um memorial sobre seu sacrifício voluntário, anunciando sua morte até que ele venha. 

...um pouco antes da festa da Páscoa, Jo 13.1

Foi um pouco antes da festa da Páscoa, afirma João, que essa história se deu. De forma inusitada, no meio de uma refeição, Jesus tira a capa de sobre seus ombros, amarra uma toalha na cintura, enche uma bacia com água e começa a lavar os pés dos discípulos.

O que era surpreendente naquela cena? Certamente não era que alguém estivesse lavando os pés de outra pessoa, porque aquilo fazia parte da cultura da época. Os pés empoeirados das estradas eram lavados para oferecer mais conforto e higiene durante as refeições, que muitas vezes eram servidas em sofás que permitiam às pessoas conversarem deitadas, próximas umas das outras.

O surpreendente era que Jesus estivesse fazendo uma tarefa que era função de um empregado dos mais simples, muitas vezes um escravo. Isso sim foi impactante para os discípulos e em especial para Pedro.

1ª Pista: Abra mão do controle

É nesse ponto que deixo a PRIMEIRA PISTA para os imitadores de Jesus: abra mão do controle.

Quando Pedro viu o que estava acontecendo, imediatamente se opôs: “Senhor, vais lavar meus pés?”. Ele não estava entendendo aquilo. Não fazia sentido! Como reagiu, Pedro? Ele tentou parar com tudo e assumir o controle da situação.

Não é raro agirmos assim quando sentimos que a vida não nos pede licença para acontecer. Tentamos assumir o volante achando que assim vamos nos sentir mais seguros. Mas o Senhor Jesus fez diferente.

No deserto, faminto e sedento, questionado em sua identidade, seu poder e sua missão, Jesus é tentado a assumir o controle da própria vida e encurtar o caminho. Mas, ao invés disso, ele entregou o destino de sua vida e de seu ministério nas mãos do Pai.

No Getsemani, às vésperas de ser preso e crucificado, angustiado com tudo que o esperava, Jesus fica entristecido ao ponto de suar sangue, mas não cedeu. Entregou sua vontade nas mãos do Pai e confiou nele.

Portanto, irmãos, aqueles que desejam imitar a Jesus devem aprender a abrir mão do controle e confiar no Senhor.


2ª Pista: Saia do raso

Pedro não se satisfez com a primeira fala de Jesus. Disse claramente que de forma alguma Jesus ia lavar os pés dele. "Não; nunca lavarás os meus pés". Aquilo não era o jeito certo de fazer as coisas. Imagine o meu Senhor agir como um servo.

Jesus, então, fala que ele precisava se submeter àquele momento, porque aquilo era uma demonstração, um símbolo da essência da sua missão na terra: “Se eu não os lavar, você não terá parte comigo.”

 Mas Pedro ainda não estava entendendo quase nada. Ele estava em outro canal. Diante da fala de Jesus, pediu para que não só os pés fossem lavados, mas também as mãos e a cabeça. É então que Jesus tenta tirar Pedro do raso e levá-lo para o fundo. Aqui está a SEGUNDA PISTA: para imitar Jesus, saia do raso!

Algumas vezes estamos como Pedro, tateando de um lado para outro, sem compreender a profundidade do amor graciosos de Deus por nós. Gastamos nosso tempo em muitas coisas e algumas delas bastante fúteis. Nossas energias são desperdiçadas sem que nada realmente importante para a eternidade ocupe nossas mentes e corações. Jesus fez diferente.

Ainda adolescente ele demonstrou interesse pelos ensinamentos da lei. Em seus discursos diante dos líderes religiosos judeus e em pregações ao povo, ele se apresentou como alguém que estudava as escrituras e conhecia o ensino dos profetas.

Além disso, os evangelhos nos mostram que o Senhor era uma pessoa de oração. Jesus, mesmo sendo o próprio filho de Deus, por certo limitado em sua humanidade, recorreu à oração como um modo para aprofundar seu relacionamento com o Pai e o entendimento da missão que recebera.

Um amigo muito querido, Silvestre Kuhlmann, escreveu os seguintes versos na canção Choro de Deus:

Sou mar tão profundo e por mais que mergulhes
Os mistérios não cessam por todos os lados;
A cada braçada se vê tanta vida
Por Mim envolvida e que em Mim subsiste.

Sou tão grande tesouro e por mais fundo caves
Não se esgotarão as riquezas que trago
Em meu ser escondidas, gigantes jazidas,
Reservas imensas, insondáveis.

Te contentas com superfície,
Com ouro de tolo, o refugo e o raso;
Com pedras nas mãos não podes cavar,
Com os pés na areia não podes mergulhar.

Sou céu infinito e por mais que te aventures
Não há eternidade capaz de decifrar-me;
Vem, pois, desfrutar-me, não percas mais tempo,
Lança fora o refugo, tira os pés do chão.

Portanto, irmãos, aqueles que desejam viver como discípulos, isto é, imitadores de Jesus, devem abandonar a vida espiritual rasa e buscar nas escrituras e na oração a profundidade do relacionamento com o Senhor.

3ª Pista: Siga o exemplo

Não sabemos qual foi, ou mesmo se houve uma resposta por parte dos discípulos à pergunta de Jesus: “Vocês entendem o que lhes fiz?”. Talvez alguns acenaram com a cabeça afirmativamente e outros ficaram ali com cara de paisagem.

O Senhor, então, explica um outro aspecto do significado daquele momento: O meu amor pelo mundo não é da boca pra fora! Eu estou entregando minha vida como prova desse amor. Eu vim para servir. Servi-los não me diminui, ao contrário, confirma o meu ministério.

Ele conclui essa fala dizendo: “vocês também devem lavar os pés uns dos outros.”. Essa é a TERCEIRA PISTA para o imitadores de Jesus: Siga o exemplo

A verdade, irmãos, é que não basta compreender Jesus e seu ministério. Discípulos são aqueles que fazem como ele fez (e ensinam outros a fazer do mesmo jeito). Compreender é o primeiro passo da jornada, mas não é a jornada toda. A maior parte do caminho é fazer como ele fez. De forma plena, seguir a Jesus é antes de tudo praticar seus ensinamentos.

Veja como o Senhor explica isso:

24 "Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as pratica é como um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha. 25 Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela não caiu, porque tinha seus alicerces na rocha.
26 Mas quem ouve estas minhas palavras e não as pratica é como um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. 27 Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda".

Portanto meus irmãos, aqueles que desejam viver com imitadores de Jesus devem praticar seus ensinamentos em sua vida comum. Enquanto compram, vendem, estudam, trabalham, se divertem...

Conclusão

Hoje vimos três pistas úteis para alguém que deseja ser um imitador de Jesus:

Abra mão do controle: confie no Senhor;
Saia do raso: aprofunde relacionamento com Cristo;
Siga o exemplo: pratique o que você compreendeu.

Essas pistas são apenas para quem deseja ser um seguidor de Jesus, um discípulo dele. Não há qualquer imposição aqui, porque seguir a Jesus não é uma obrigação.

Há pessoas que acham o evangelho intimidador. Às vezes sentem-se incomodados com as palavras contundentes de Jesus. Já outros ouvem com atenção, desejando aprender. Reconhecem que são palavras de vida, e sabem que por mais que os desafios pareçam impossíveis, eles poderão contar sempre com a ajuda do Senhor. A diferença entre um grupo e outros e a confiança.

Não tenha dúvidas! O senhor o ama e deseja sua felicidade. Ele lhe deseja todo o bem que existe. Ele entregou-se para que você experimente vida abundante. Confie nele! Ele provou esse amor em uma cruz. 

As pistas estão aí. Que tal segui-las?