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24 maio 2009

A Graça de Contribuir - Indicadores

(1) Agora, irmãos, queremos que vocês tomem conhecimento da graça que Deus concedeu às igrejas da Macedônia. (2) No meio da mais severa tribulação, a grande alegria e a extrema pobreza deles transbordaram em rica generosidade. (3) Pois dou testemunho de que eles deram tudo quanto podiam, e até além do que podiam. 2 Co 8:1-3

Hoje vamos continuar olhando para aquele texto e nos versículos seguintes perceber que a contribuição como fruto da Graça de Deus é um indicador de MATURIDADE, SINCERIDADE E PERSEVERANÇA.

Contribuição: um indicador de maturidade

Sempre que pensamos em maturidade na vida com Cristo, nossa mente se volta para coisas como fé, evangelização, conhecimento das escrituras, serviço e amor pelas pessoas. Certamente esses são alguns dos elementos que esperamos ver na vida daqueles que estão aprendendo a caminhar com Cristo.

De alguma maneira, essas coisas são tratadas como “coisas espirituais” capazes de validar nossas boas intenções para como Deus e com as pessoas.

• Se demonstrarmos fé, seremos elogiados e tratados como pessoas espirituais. Muitos até terão uma inveja santa de nossa fé.

• Se falarmos de Jesus para as pessoas, seremos reconhecidos e incentivados a continuar nesse ministério. Certamente nosso nome será citado como ilustração na conversa entre os irmãos.

• Se formos estudantes dedicados das Escrituras, seremos chamados a compartilhar o que aprendemos e admirados pelas pessoas em nossa volta.

• Se servirmos às pessoas próximas de nós, nossa fama de bons cristãos se espalhará e muitas pessoas serão edificadas com isso.

Os irmãos de Corinto eram reconhecidos e elogiados por cada um desses aspectos da vida com Cristo. Foi o apóstolo Paulo quem disse isso, mas lembrou àqueles irmãos a existência de outro aspecto da maturidade espiritual: a contribuição

(7) Todavia, assim como vocês se destacam em tudo: na fé, na palavra, no conhecimento, na dedicação completa e no amor que vocês têm por nós, destaquem-se também neste privilégio de contribuir.

Vocês ai são líderes em tantos sentidos - têm tanta fé, tantos pregadores bons, tanto saber, tanto entusiasmo, tanto amor por nós. Eu desejo, agora, que também sejam líderes no espírito de contribuir com alegria. 2 Co 8:7 (BV)

Contribuir é um dos indicadores de maturidade espiritual para o cristão; assim como fé, evangelização, conhecimento das Escrituras, serviço e comunhão; não é algo que foi acrescentado pelos pastores, mas sim um dos indícios de que o coração foi alcançado pela Graça de Deus e por isso está pronto a abrir mão de Tudo por causa dEle.

Os irmãos de Corinto já haviam demonstrado de diversas maneiras a disposição do seu coração para viver a vida de Cristo. Paulo, no entanto, encoraja aqueles irmãos a demonstrarem isso também através da contribuição.

Será que não bastavam aos coríntios todos aqueles dons e capacitações dadas pelo Espírito?! Na verdade, não. Porque a plenitude da Graça de Deus é multiforme, não se contentando até que nos alcança em todos os aspectos de nossas vidas.

Quebra-se aqui um mito moderno de que existam igrejas especialistas, que foram tão abençoadas por Deus em alguns aspectos da Graça que podem desconsiderar os outros.

É certo que algumas comunidades são mais habilitadas para o ensino e outras para a evangelização (por exemplo), mas devemos evitar o sentimento de especialistas, porque isso impede a ação multiforme da Graça.

O convite do apóstolo Paulo aos irmãos de Corinto (e também para nós) é para que nos tornemos líderes e destaque não apenas na fé, evangelização, conhecimento das escrituras, serviço e amor pelas pessoas, mas também na contribuição.

Participar daquilo que Deus está fazendo com o dinheiro e os bens que Ele nos deu é um indicador de maturidade. É um privilégio guardado para aqueles que foram alcançados pela Graça, e o farão com muita alegria.

Contribuição: um indicador de sinceridade

(8) Não lhes estou dando uma ordem, mas quero verificar a sinceridade do amor de vocês, comparando-o com a dedicação dos outros. (9) Pois vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para que por meio de sua pobreza vocês se tornassem ricos. 2 Co 8:8

O amor não se sustenta apenas com palavras. O amor apenas de palavras é paixonite que chega rápido e de repente não existe mais. O amor se compromete com o bem do outro; e faz isso de forma prática.

Através das palavras de Paulo, o Espírito estabeleceu a contribuição como uma espécie de prova prática do amor.

Não é muito difícil dizer que amamos a Deus e às pessoas, mas quando isso tem implicações no bolso, e até no estilo de vida, aí temos um bom teste da sinceridade do nosso amor.

Se ao ouvir isso você é alcançado por um sentimento estranho... Um certo desconforto porque bolso, amor e contribuição foram citados na mesma frase... Não feche o seu coração ainda. Não sou eu quem está afirmando isso, mas é a Palavra de Deus.

Ao contrário do que alguns possam imaginar o amor a Deus e às pessoas não é algo subjetivo. Ele pode ter sua sinceridade avaliada pela existência de ações práticas através das quais colocamos o bem do outro em primeiro lugar.

O amor abre mão de si mesmo em benefício do outro. É por isso que o apóstolo afirma que a contribuição dos irmãos de Corinto servirá para medir a sinceridade das palavras deles quando afirmaram que amavam a Deus e aos irmãos de Jerusalém (para onde a oferta seria mandada).

Não fique chocado, mas perceba que o apóstolo diz que essa verificação de amor será feita pela comparação entre o compromisso deles e o compromisso de outros irmãos. Claro que essa comparação não é de valores. Não é uma disputa para ver quem contribui mais. É uma comparação do compromisso prático de cada um.

No final do ano passado eu conversei com o pr. Isaías e sua esposa. Eles são missionários plantadores de igrejas no interior do Estado do Ceará. Eles estavam apresentando os resultados do trabalho nos últimos anos em que plantaram mais de dez igrejas.

Eles me contaram sobre os desafios que a família enfrenta a cada reinicio de trabalho e meu coração foi movido pelo amor daqueles irmãos. Eu senti o desejo de apoiá-los financeiramente, com nossas orações e com nosso serviço. Naquela noite falei com eloqüência sobre o meu amor pelo trabalho dos missionários e assumi com ele o compromisso de que nossa igreja enviaria R$ 50,00 reais todos os meses.

Como vocês acham que aqueles irmãos vão poder avaliar se o que eu falei era ou não verdade? A sinceridade do meu amor, dito em palavras, será avaliada pelo compromisso da minha oferta.


A questão é o quanto você está disposto a tornar suas palavras de amor em ações de amor. O quanto você está disposto a devolver aquilo que Deus lhe deu, ofertando-o em benefício de outras pessoas. O quanto você está pronto para gastar sua vida em prol da vida de outras pessoas.

Desde muito jovem eu tenho encontrado alegria em gastar minha vida abençoar vida de outras pessoas.

Eu tinha dezessete anos e nós morávamos em Sobral. Há 10 km, fica a cidade de Forquilha, onde a igreja da qual eu participava tinha uma pequena congregação. Durante seis meses eu fui semanalmente à Forquilha para ensinar a Bíblia a um jovem que havia aceitado a Jesus como seu Salvador. Algumas vezes eu tive que pregar e também tocar os três acordes que eu havia aprendido no violão.

Não eram muito, mas era tudo que eu tinha. Eu gastava meu dinheiro, gastava meu tempo... Porque meu coração estava cheio de amor por aqueles irmãos.

Na verdade eu não sei o quanto aquilo realmente beneficiou aqueles irmãos, mas eu sei quanto benefício aquilo trouxe para mim.

O amor é assim: somos compungidos a ofertar com alegria e perseverança o que temos para depois descobrirmos que, de uma forma que não imaginávamos, nós mesmos estamos entre os maiores beneficiados.

Contribuição: um indicador de perseverança

Os irmãos de Jerusalém passavam por grande perseguição necessidade, e pobreza. Ao que tudo indica, parece que os irmãos de Corinto ficaram muito tocados pela situação da igreja em Jerusalém e decidiram fazer algo a respeito: eles iriam levantar uma oferta e enviar para Jerusalém. Houve um mover do Espírito e muitas pessoas choravam emocionadas.

Aí, o culto terminou com um momento de louvor maravilhoso... Tinha cachorro quente na saída da igreja, a conversa estava animada... O jogo de futebol do fim semana... Um filme que novo no Shopping Center de Corinto... Uns irmãos até saíram para comer em uma pizzaria famosa de lá.

Em alguns minutos toda a convicção de amor parece que se evaporou. A obra ficou pela metade e o amor pelos irmãos de Jerusalém não se completou. Veja o que disse o apóstolo Paulo:

(10) Este é meu conselho: convém que vocês contribuam, já que desde o ano passado vocês foram os primeiros, não somente a contribuir, mas também a propor esse plano. (11) Agora, completem a obra, para que a forte disposição de realizá-la seja igualada pelo zelo em concluí-la, de acordo com os bens que vocês possuem. 2 Co 8:10,11

Não é muito difícil começar alguma coisa. Muitas pessoas começam. A emoção invade a alma e a gente toma decisões arrojadas. Mas há pouco valor em começar e deixar pela metade. Já fazia um ano que a Igreja de Corinto prometia ajudar. Era chegada a hora de completar a obra.

Eu não sei como acontece com você mais eu sempre fui uma pessoa de decisões arrojadas, mas pouca capacidade de perseverança. Eu posso olhar para algumas iniciativas em minha vida pessoal que eu abandonei pela metade (alguns bem no começo) pela falta de perseverança. Deus tem me ajudado nisso. Sabe como? Colocando em minhas mãos projetos de longo prazo, que me levam a olhar para o futuro e depender dele para os muitos passos que tenho que dar.

Quanto tempo faz que você disse em seu coração que iria começar a contribuir? Quanto tempo faz que você foi tocado por uma mensagem, por uma música ou pelo testemunho de alguém e, com convicção, disse a si mesmo que iria ofertar seu tempo, seu dinheiro, seu bens, sua vida... a Ele. Não importa quanto tempo faz! Chegou a ora de completar a obra e transformar sua disposição de fazer em compromisso de perseverança.

Conclusão

Quero concluir voltando para os versos 4 e 5 para deixarmos passar dois princípios que não pode ser esquecido quando o assunto é contribuição.

Por iniciativa própria (4) eles nos suplicaram insistentemente o privilégio de participar da assistência aos santos. (5) E não somente fizeram o que esperávamos, mas entregaram-se primeiramente a si mesmos ao Senhor e, depois, a nós, pela vontade de Deus. 2 Co 8:4,5

A. O primeiro diz respeito ao privilégio de contribuir. Não é obrigação, não é peso, não é sacrifício... É privilégio. Imagine fazer parte daquilo que Deus está realizando neste mundo! Imagine ser um instrumento usado por Deus para a restauração da humanidade. Imagine sentar-se à mesa e ouvir do Senhor: servo bom e fiel, venha alegrar-se comigo. Isso tudo é um grande privilégio.

B. O segundo diz respeito ao princípio pelo qual nenhuma doação, nenhuma oferta, nenhuma contribuição pode prescindir da entrega da sua própria vida a Deus. Paulo reconheceu que os irmãos da Macedônia primeiro haviam entregado a si mesmos a Deus para depois ofertar qualquer outra coisa.

Se você ainda não entregou a si mesmo aos cuidados de Deus, não tem como experimentar a alegria e o privilégio de contribuir com alegria.

Se você ainda não rendeu o controle da sua vida a Jesus, ofertar dinheiro e bens pode parecer algo muito estranho e sem cabimento.

Se você ainda anda por esta vida tentando controlar as circunstância do seu viver e manter o mundo em ordem, é possível que muita coisa do que eu disse hoje não faça sentido pra você.

Então, eu quer lhe fazer um convite: entregue o controle de sua vida a Cristo, receba-o como seu Senhor e Salvador e experimente a nova vida que Ele tem preparado para você.

Quando você não tiver mais nada que você considere propriamente seu, quando sua própria vida já não lhe pertencer, quando você não tiver mais nada a que se apegar... Então você receberá do Senhor uma nova vida. Vida abundante de alegria.

Aí certamente você compreenderá melhor esta loucura santa que é contribuir.