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30 outubro 2010

Nossa identidade em Cristo 1


3  Não estamos a salvo das garras do pecado só pelo fato de conhecermos os mandamentos de Deus, pois não podemos guardá-los e não os guardamos, mas Deus pôs em ação um plano diferente a fim de nos salvar. Enviou seu próprio Filho, em corpo humano como o nosso - com a exceção de que o nosso é pecador - e destruiu o controle do pecado sobre nós, dando-Se a Si mesmo como sacrifício por nossos pecados. Rom 8:3 BV

1)   Saber qual é a vontade de Deus não salva do pecado

o   Saber que Deus abomina a mentira não faz alguém dizer a verdade;
o   Saber que Deus se alegra com a fidelidade não faz alguém ser leal com sua esposa/esposo;
o   Saber que Deus deseja que nos amemos não torna alguém amoroso.

O problema, então, não é apenas a falta de conhecimento a respeito da vontade de Deus. Encher a mente de conhecimento, mesmo que sejo o conhecimento sobre o desejo de Deus para nós, não é eficaz contra as inclinações destrutivas do coração humano.


Quando achamos que o único problema é porque as pessoas ainda não sabem qual é a vontade de Deus, (1) corremos para explicar às pessoas qual é modo de vida que Deus deseja, (2) depois pedimos que elas vivam conforme algumas regras e (3) condenamos aqueles que não vivem.

Quando achamos que o único problema é porque as pessoas não sabem qual é a vontade de Deus, somos incapazes de lidar com as incoerências e incongruências de quem se diz seguidor de Jesus, mas não esconde sua imperfeições. Apenas saber qual é a vontade de Deus não resolve!

2)  Por nossa conta não temos como atender ao desejo de Deus

O que nos faz pessoas incapazes de atender o desejo de Deus?

·        Porque, se você sabe que a verdade é melhor, continua mentindo?
·        Porque, se você sabe que a fidelidade resulta no bem, continua sendo infiel mesmo sabendo que resulta no mal?
·        Porque, se você sabe que o amor é melhor que ódio, continua nutrindo o ódio do seu coração?

O que nos torna pessoas..

*    Com pensamentos impuros e ansiosos por prazer carnal;
*    Cheias de ódio e disputa, ciúme e ira;
*    Cujo esforço constante é para conseguir o melhor para si próprio;
*    Repletas de queixas e críticas; com o sentimento de que todo mundo esta errado, menos aqueles que são do nosso próprio grupinho;
*    Dominadas pela  inveja, capazes de matar, tomadas pela embriaguez e promotoras de divisões ferozes e toda essa espécie de coisas.

*    Que fazem mais coisas erradas do que certas;
*    Cuja boca é capaz de dizer coisas atrozes e terríveis;
*    Cheias de mentiras e que usam as palavras como ferrão e o veneno;
*    Repletas de maldição e de amargura;
*    Prontos para matar, odiando qualquer um que não concorde conosco;
*    Que deixam a miséria e o transtorno atrás de si, por onde quer que vão;
*    Que não sabem o que é sentir-se seguro e desfrutar as bênçãos de Deus.

Talvez, você se identifique com o testemunho de um dos seguidores de Jesus do primeiro século que refletiu sobre essa nossa incapacidade de, por nossa conta, atender ao desejo de Deus para nós.

15  Não me compreendo de modo algum, pois realmente quero fazer o que é correto, porém não consigo. Faço, sim, aquilo que eu não quero - aquilo que eu odeio. 16  Eu sei perfeitamente que o que estou fazendo está errado, e a minha consciência má prova que eu concordo com essas leis que estou quebrando. 17  No entanto, não o posso evitar por mim mesmo, porque já não sou eu que estou fazendo. É o pecado dentro de mim, que é mais forte do que eu e me obriga a fazer tais coisas ruins.
18  Eu sei que estou completamente corrompido no que diz respeito à minha velha natureza pecaminosa. Seja para que lado for que eu me volte, não consigo fazer o bem. Quero, sim, mas não consigo. 19  Quando quero fazer o bem, não faço; e quando procuro não errar, mesmo assim eu erro. 20  Agora, se estou fazendo aquilo que não quero, é simples dizer onde a dificuldade está: o pecado ainda me retém entre suas garras malignas.
21  Parece um fato da vida que, quando quero fazer o que é correto, faço inevitavelmente o que está errado, 22  Quanto à minha nova natureza, eu gosto de fazer a vontade de Deus; 23  Contudo existe alguma coisa bem no meu íntimo, lá em minha natureza inferior, que está em guerra com a minha mente e ganha a luta, fazendo-me escravo do pecado que ainda está dentro de mim: Em minha mente desejo de bom grado ser um servo de Deus, mas, em vez disso, vejo-me ainda escravizado ao pecado.
Assim, vocês podem ver como isto é: minha nova vida manda-me fazer o que é correto, porém a velha natureza que ainda está dentro de mim gosta de pecar. 24  Que situação terrível, esta em que eu estou! Quem é que me livrará da minha escravidão a essa mortífera natureza inferior? Rom 7:15-24ª (BV) 

Paulo reconhece que há uma luta acontecendo em sua mente e alma. Ele sabe qual é a vontade de Deus, ele gosta da vontade de Deus, mas ele não consegue atender a essa vontade. Paulo chama essa força de natureza inferior, uma velha natureza que tem prazer em rejeitar a vontade de Deus.

De onde vem essa velha natureza?

12  Quando Adão pecou, o pecado entrou na raça humana inteira. O pecado dele espalhou a morte pelo mundo todo, de modo que todas as coisas começaram a envelhecer e morrer, porque todos pecaram, 13  ( Sabemos que foi o pecado de Adão que ocasionou isso ) porque embora, naturalmente, as pessoas pecassem desde o tempo de Adão até Moisés Deus não as julgou culpadas de morte, naqueles tempos, por quebrarem suas leis pois Ele ainda não lhes dera suas leis, nem lhes dissera o que desejava que elas fizessem.

14  Então, quando seus corpos morriam, não era por causa dos seus próprios pecados, visto que eles mesmos nunca haviam desobedecido à lei especial de Deus que ordenava não comer do fruto proibido, tal como Adão tinha feito. (...) 15  Pois este único homem, Adão, trouxe a morte para muitos por meio do seu pecado (...).:16  Esse único pecado de Adão trouxe a pena de morte para muitos (...). 17  O pecado deste único homem, Adão, fez com que a morte reinasse sobre todos (...). 18  Sim, o pecado de Adão trouxe o castigo para todos (...). 19  Adão fez que muitos fossem pecadores porque ele desobedeceu a Deus (...).Rom 5:12-21 

Essa velha natureza, que tem prazer em rejeitar a vontade de Deus, é o resultado em que nós nos transformamos depois de sermos infectados por um virus mortífero.

A raça humana foi contaminada pelo virus chamado desconfiança que encontrou uma porta de entrada através de um homem chamado Adão e se espalhou por toda a humanidade. Esse virus encontrou um ambiente favorável para se desenvolver na mente e na alma de Adão e produziu uma infecção chamada desobediência, que leva à morte.

A desconfiança a respeito de quem Deus é: (1) se Ele é bom ou não, (2) se Ele é confiável ou não, (3) se Ele é poderoso ou não, (4) se Ele é egoísta ou amoroso, (5) Ele quer nosso bem ou nos fazer sofrer... A desconfiança a respeito de quem Deus é, é o que nos afasta Dele e nos leva a agir por conta própria.

Longe de Deus tudo perde o sentido. Longe de Deus a natureza humana perde o referencial e se corrompe. Longe Dele a vida soprada por Deus em nós vai envelhecendo, se tornando amarga, amargurada, temerosa, agressiva, insegura, racorosa, egoísta... uma natureza envelhecida, uma velha natureza incapaz de atender a vontade de Deus, que se nega a reconhecer que tem um Pai e que o seu estado atual resultado da sua distância do Pai.

3)  Deus pôs em ação um plano diferente

Ora, como apenas saber qual é a vontade de Deus não foi suficiente para mudar a inclinação do nosso coração – a prova disso é o fracasso da humanidade em fazer aquilo que sabemos que é certo – Deus colocou em ação um plano diferente para nos resgatar, nos libertando do poder dessa velha natureza que habita em nós.

Enviou seu próprio Filho, em corpo humano como o nosso - com a exceção de que o nosso é pecador - e destruiu o controle do pecado sobre nós, Rom 8:3 BV

Diante da nossa incapacidade em vencer essa velha natureza que nos afasta Dele e sabendo que o resultado de seguirmos essa velha natureza seria a nossa separação definitiva Dele, o Deus trino, decidiu que na época oportuna o Filho se faria gente, isto é, assumiria a forma humana para destruir o controle dessa velha natureza pecaminosa (abreviadamente chamada de pecado) sobre nós.

Como o poder dessa velha natureza poderia ser quebrado?

...dando-Se a Si mesmo como sacrifício por nossos pecados. Rom 8:3 BV

Onde está o poder da velha natureza? Ela se fortalece se alimentado da nossa desconfiança de Deus. Quanto mais fragil a nossa fé, quanto mais fraca nossa confiança em Deus, mais forte e poderosa será a velha natureza.

Quanto menos você confiar que Deus suprirá suas necessidades, mais você viverá ansioso por exemplo, sobre o seu trabalho: o chefe, a promoção, a comissão, os concorrente, os clientes, o salário,  

Você pode virar puxa-saco do chefe ou tramar um motim para derrubá-lo
Você pode ser traiçoeiro com os colegas de trabalho para ser promovido
Você pode decidir falsificar os relatórios para receber uma comissão maior
Você pode resolver espalhar boatos mentirosos contra os concorrentes
Você pode manipular os clintes para comprar o que você quer vender
Você pode se tornar em um chato que reclama o tempo todo do salário que tem

A velha natureza encontrou força em sua insegurança quanto ao caráter de Deus... sua dúvidas se ele realmente cumprirá às promessas que fez, de que não desamparará os seus. Sua desconfiança sobre Deus a fortaleceu.

A questão é: que plano diferente é esse que Deus pôs em prática? Como a vinda de Jesus destruíu o poder dessa velha natureza pecaminosa? O que é que Ele fez que vai contra essa natureza inferior, que habita em nós e teima em tentar nos dominar e arrastar para longe de Deus?

Primeiro: Ele autolimitou-se, abrindo mão temporariamente dos poderes de sua natureza divina.

5  Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, 6  que, embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se;  7  mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens.  8  E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até à morte, e morte de cruz! Flp 2:5-8 NVI 

E o que isso tem a ver com os poderes da velha natureza? É que ao deixar de lado seu imenso poder e sua glória, Jesus estava afirmando sua confiança no Pai e dando um duro golpe na velha natureza humana, que se alimenta da desconfiança em Deus.

Segundo: Ele viveu a vida experimentando confiar no Pai e aprendendo a obediência como fruto da confiança.

7  Ainda mais, enquanto estava aqui na terra, Cristo suplicou a Deus, orando com lágrimas e agonia de alma ao único que O salvaria da morte ( prematura ). E Deus ouviu as orações dele por causa do seu intenso desejo de obedecer a Deus em todos os momentos. 8  E embora Jesus fosse o Filho de Deus, teve de aprender por experiência própria o que era obedecer, quando a obediência significa sofrimento. 9  Foi depois desta experiência, quando Ele provou que era perfeito, que Jesus se tornou o doador da salvação eterna a todos os que Lhe obedecem. Heb 5:7-9  (BV)

Essa é uma passagem reveladora, porque mostra que o plano diferente que Deus pôs em prática, diante do nosso fracasso em atender a vontade Dele, dependia de que Cristo confiasse de forma tão completa no Pai que estivesse disposto a obedecer, mesmo se essa obediência significasse sofrimento.

E foi isso que Jesus fez. Confiou mesmo quando o preço da confiança era o sofrimento.

Terceiro: Essa confiança irrestrita O levou a ser desprezado, ridicularizado, criticado, incompreendido, acusado, injustiçado, aprisionado, espancado e morto de forma humilhante em um cruz.

Diante da nossa incapacidade comprovade de vencer nossa velha natureza pecaminosa, e diante do fim inexorável de todos aqueles que, vencidos por essa velha natureza, afastam-se definitivamente do Pai, Cristo se ofereceu para viver esta terrível experiência em nosso lugar.

...dando-Se a Si mesmo como sacrifício por nossos pecados. Rom 8:3 BV

Na cruz ele gritou em agonia: Pai, pai, porque me desamparaste?

Ele não merecia a experiência do desamparo. Ele não havia confiado irrestritamente no Pai. Ele obecedeu até à morte. Mas ele decidiou que sofreria o dano em nosso lugar para que a Velha Natureza Pecaminosa não tivesse mais nenhum direito sobre nós.

Quero concluir lendo novamente o texto de

Eis aqui o contraste entre Adão e Cristo, que ainda estava para vir. 15  E também a diferença entre o pecado do homem e o perdão de Deus: Pois este único homem, Adão, trouxe a morte para muitos por meio do seu pecado, Porém este outro homem, Jesus Cristo, trouxe perdão para muitos por meio da misericórdia divina. 16  Esse único pecado de Adão trouxe a pena de morte para muitos, enquanto que Cristo tira de graça os muitos pecados, e oferece em seu lugar uma vida gloriosa. 17  O pecado deste único homem, Adão, fez com que a morte reinasse sobre todos, porém todos quantos receberam o presente divino de perdão e absolvição reinarão em vida, por causa deste único homem, Jesus Cristo. 18  Sim, o pecado de Adão trouxe o castigo para todos, mas o ato de retidão de Cristo faz com que os homens sejam retos para com Deus, para que possam viver. 19  Adão fez que muitos fossem pecadores porque ele desobedeceu a Deus, e Cristo fez que muitos fossem aceitos por Deus porque Ele obedeceu. Rom 5:14b-19

  
Conclusão

Nossa identidade em Cristo está ancorada em quem ele é no que ele fez.

Nossa identidade passa (1) pela aceitação de que não temos controle por nós mesmos sobre nossa natureza pecaminosa, (2) pelo entendimento de que se nada for feito a esse respeito seremos arrastados por ela para longe de Deus, e (3) pela decisão de aceitar aquilo que Cristo fez na Cruz, entregando-se a si mesmo para experimentar no seu lugar o desamparo e a distância do Pai.

Sem isso, não o que falar em identidade em Cristo.

03 junho 2007

O Caminho da Cruz - Parte 4

Introdução

Pela manhã aprendemos que Jesus quer substituir o pesado fardo da culpa pelo fardo dele, que é leve e suave. Vimos que confissão e perdão são como inspirar e expirar para nossa saúde espiritual.

Hoje à noite minha palavra vai ser breve. Eu gostaria de deixar um alerta quanto ao perigo de se tornar um súdito no reino da emoção.

Antes começar, no entanto, preciso reafirmar minha crença de que Deus nos fez criaturas com diversas dimensões. Corpo, Mente, Alma e Espírito são os elementos que formam essa mescla muitas vezes complexa.

A dimensão física do corpo se junta às emoções, ao centro da vontade e à capacidade de relacionamento com o Eterno para forma o que conhecemos por ser humano.

Nenhum desses aspectos do ser humano pode ser desprezado. Deus lida conosco considerando todas essas dimensões, por isso nenhuma delas deve ser preterida em função da outra ou privilegiada diante das demais.

Olhando para a história da humanidade, pode-se verificar que durante a idade moderna viveu-se o reinado da mente e da vontade. A lógica e o racional comandaram o mundo dos negócios e dos relacionamentos.

Nos tempos pós-modernos em que nos encontramos o reinado mudou de mão. Agora são emoções que dão as cartas.

O órgão que mais usado para representar o centro das emoções e o coração. O profeta Jeremias faz uma afirmação de grande impacto a respeito do coração humano, isto é, das poderosas emoções que nos atravessam.

Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá? (Jeremias 17:9)

Não podemos nem devemos descartar nossas emoções. Elas são imprescindíveis para sermos quem somos. Mas o profeta nos alerta que elas não são tão confiáveis assim. O coração é enganoso, ora sente uma coisa, ora sente outra oposta. Quem o conhecerá?

Gade e Rúben

(1) Os filhos de Rúben e os filhos de Gade tinham gado em muitíssima quantidade; e viram a terra de Jazer e a terra de Gileade, e eis que o lugar era lugar de gado. (2) Vieram, pois, os filhos de Gade e os filhos de Rúben e falaram a Moisés, e ao sacerdote Eleazar, e aos príncipes da congregação, dizendo: (3) Atarote, Dibom, Jazer, Ninra, Hesbom, Eleale, Sebã, Nebo e Beom, (4) a terra que o SENHOR feriu diante da congregação de Israel é terra de gado; e os teus servos têm gado. (5) Disseram mais: Se achamos mercê aos teus olhos, dê-se esta terra em possessão aos teus servos; e não nos faças passar o Jordão. (6) Porém Moisés disse ao filhos de Gade e aos filhos de Rúben: Irão vossos irmãos à guerra, e ficareis vós aqui? (7) Por que, pois, desanimais o coração dos filhos de Israel, para que não passem à terra que o SENHOR lhes deu? (8) Assim fizeram vossos pais, quando os enviei de Cades-Barnéia a ver esta terra. (9) Chegando eles até ao vale de Escol e vendo a terra, descorajaram o coração dos filhos de Israel, para que não viessem à terra que o SENHOR lhes tinha dado. (Números 32:1-9)

Essa era a segunda vez que Moisés caminhava em direção à terra prometida por Deus. Os descendentes de Rúben e Gade, que eram criadores de gado, viram que a terra que eles acabavam de conquistar era boa para pasto e pediram a Moisés para ficar. O pedido era justo, mas o momento era muito ruim.

Por isso Moisés não questiona o direito à terra. Ele alerta as duas tribos de que essa atitude desanimaria o coração dos demais para enfrentar as batalhas que ainda viriam. Moisés lembrou-se, então, que da primeira vez havia acontecido a mesma coisa.

Daquela vez, todos haviam sido desencorajados pelos espiões de Israel que voltaram falando da altura dos soldados e da fortificação das cidades.

O que precisamos notar aqui é a fragilidade das emoções. O coração destemido rapidamente pode se transformar em um coração temeroso. Os sentimentos positivos se transformam em sentimentos negativos e, de repente, a certeza vira dúvida.

Moisés foi muito impactado pela volatilidade do coração do povo. Tanto que um pouco ante desse momento, ao repetir a lei ele já havia lembrado o ocorrido.

Para onde subiremos? Nossos irmãos fizeram com que se derretesse o nosso coração, dizendo: Maior e mais alto do que nós é este povo; as cidades são grandes e fortificadas até aos céus. Também vimos ali os filhos dos anaquins. (Deuteronômio 1:28)

Paulo e Ágabo

(10) Demorando-nos ali alguns dias, desceu da Judéia um profeta chamado Ágabo; (11) e, vindo ter conosco, tomando o cinto de Paulo, ligando com ele os próprios pés e mãos, declarou: Isto diz o Espírito Santo: Assim os judeus, em Jerusalém, farão ao dono deste cinto e o entregarão nas mãos dos gentios. (12) Quando ouvimos estas palavras, tanto nós como os daquele lugar, rogamos a Paulo que não subisse a Jerusalém. (13) Então, ele respondeu: Que fazeis chorando e quebrantando-me o coração? Pois estou pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus. (Atos 21:10-13)


Agora estamos nos primeiros passos dados pela igreja de Cristo. Saulo o perseguidor dos cristãos havia-se convertido ao Jesus que ele perseguia. Então ele recebe um aviso dado por um profeta de Deus. A profecia foi entregue em forma de dramatização. Paulo seria preso pelos judeus em Jerusalém.

Todos os irmãos começaram a pedir que Paulo não fosse para Jerusalém. Aqueles irmão ficaram tão abalados com a aquela profecia que a atitude deles estava quebrantando o coração do apóstolo.

Há muitas lições aqui, e uma delas é que o coração, a emoções são volúveis. Paulo percebeu que o medo daqueles irmão de que algo lhe acontecesse estava mudando os seus sentimentos.

O caminho da cruz é pela confiança, não pelas emoções

O que há de comum entre as experiências de Moisés e de Paulo? Entre outras coisas, eles não permitiram que seus sentimentos conduzissem suas decisões quando eles tinham clareza sobre qual era o projeto de Deus.

O caminho da cruz é trilhado pela confiança, não pelas emoções. Durante a sua caminhada com Jesus o seu humor vai mudar e isso não pode desviar você do seu destino: a Cruz de Cristo.

· Hora você vai estar triste, hora vai estar alegre;
· Hora você vai ter vontade de pular e saltar cantando louvores a Deus, hora você vai querer ficar no fundo de uma rede;
· Hora os irmãos serão presentes de Deus para você, hora eles serão insuportáveis;
· Hora você vai desejar que tenha culto todos os dias da semana, hora você vai querer que seja de mês em mês;
· Hora o sermão vai tocar profundamente em sua vida, hora ele vai parecer meio água com açúcar;
· Hora a Bíblia vai ser lida com sorriso nos lábios, hora você vai chorar porque não tem vontade de ler;
· Hora vai ser um prazer fazer o bem ao outros, hora você só vai pensar em si mesmo.

Não se desespere!! O caminho da cruz não pode ser trilhado em função dos nossos tobogãs emocionais.

Há uma Palavra, há uma verdade, há um Deus todo poderoso, há poder na cruz de Cristo. E isso não depende das suas emoções. No caminho da cruz, suas emoções não podem ser motivo de tropeço. Por isso você precisar ter sempre à mão a Palavra. Ela é a âncora que lhe mantém firme quando as emoções balançam o barco da vida.

· Quando você se sentir fraco, você lembrará que o poder de Deus se aperfeiçoa na fraqueza;
· Quando você não se sentir salvo, você lembrará que ninguém pode arrebatá-lo das mãos de cristo;
· Quando você se sentir abatido, você lembrará que os que esperam no senhor não se cansarão e voarão como as águias;
· Quando você se sentir desamparado, você lembrará que o Senhor é o seu pastor, nada vai lhe faltar;
· Quando você se sentir um pecador, você lembrará que o sangue de Jesus lhe purificou de todo o pecado.
· Quando você sentir que está longe do Senhor, você lembrará que nem a morte poderá lhe separar do amor de Deus;
· Quando você estiver cansado e sobrecarregado, você lembrar que Cristo aliviará a sua carga;
· Quando você sentir que não tem mais solução, você lembrará que para o homem pode ser impossível, mas para Deus tudo é possível;

Não desfaleça o vosso coração, não temais o rumor que se há de ouvir na terra... lembrai-vos do SENHOR (Jeremias 51:46 e 50)

O Caminho da Cruz - Parte 3

Introdução

Ontem à noite vimos como o legalismo é capaz de nos desviar do caminho da cruz. Hoje pela manhã vamos ver o quanto a culpa pode nos afastar do caminho da cruz.

Max Lucado, um dos escritores evangélicos mais lidos nesse início de século, escreveu um livro cujo título em português é “Aliviando a Bagagem”. Nesse livro, ele compara malas, pastas e bolsas com nossas inseguranças, aflições, temores e decepções. A vida vai passando, um dia sucede outro dia, e quando nos damos conta estamos carregando pesos imensos.

Nos aeroportos, há um limite de peso na bagagem que se pode levar nas mãos dentro da cabine da aeronave. Os passageiros despacham as bagagens pesadas para o setor de cargas e levam apenas as mais leves nas próprias mãos. Um dos problemas no check in é que muitos não querem abrir mão de suas bagagens.

O sujeito arruma 25 Kg de peso em uma maleta pequena e fica escondendo a bolsa da pesagem. O peso é enorme, mas ele faz de conta que é levinho e acha o máximo quando consegue passar com tudo aquilo sem ser descoberto.

Na vida cristã toda a bagagem tem ser despachada aos cuidados do Filho de Deus, qualquer peso nas mãos pode significar um desvio de rota. A bagagem nos aeroportos muitas vezes se extravia; aquela que despachamos aos cuidados do Filho de Deus é tratada pela cruz de Cristo e perde todo o peso que aflige a alma humana.

Uma das bagagens que as pessoas mais gostam de levar consigo é a culpa. A culpa é um pacote pequeno e cabe em qualquer lugar, mas é pesada como chumbo.

Paul Tournier, psicólogo cristão suíço, escreveu um livro cujo título em português é “Culpa e Graça”. Nesse livro ele desenvolve o conceito de falsa culpa e culpa verdadeira.

A falsa culpa é o sentimento que resulta de sugestão social, como aquela causada pelo medo dos tabus e a angústia de perder o amor de outra pessoa. Desde pequenos somos ameaçados por nossos pais e pelos adultos em nossa volta. O medo é constantemente usado como instrumento de coerção e por isso a culpa é aprendida rapidamente pelos pequenos.

Mas há uma culpa verdadeira que resulta da quebra de valores próprios, e da consciência clara de ter violado um padrão original. Essa culpa e um autojulgamento feito com liberdade e com convicção de que há um padrão referencial de valores que deve ser mantido por todos.

Tounier acrescenta que a falsa culpa é o resultado dos julgamentos humanos e está apoiada na opinião e impressão dos outros. A culpa verdadeira surge das coisas em que Deus nos reprova no secreto de nosso coração. Só nós mesmos podemos saber quais são essas coisas, que normalmente são bem diferentes dos julgamentos humanos.

Verdadeira ou falsa, a culpa é um veneno que mata lentamente. Fora da cruz de Cristo a culpa é o modo normal das pessoas lidarem com suas incongruências, desajustes e inadequações. Palavras bonitas para ilustrar o que a Bíblia chama de pecado: não alcançar o padrão para o qual Deus nos criou.

Sem a cruz, a condenação é mais do que normal. Sem Jesus não há saída para esse problema. Sem o poder da cruz estamos aprisionados às nossas próprias culpas, verdadeiras ou falsas.

O peregrino

No século XVII, o inglês John Bunyan, encarcerado em uma masmorra escreveu um livro que ainda hoje é um best seller: O Peregrino. Nesse livro ele descreve a jornada de um homem chamado Cristão.

No segundo parágrafo do livro, Bunyan descreve assim a agonia de Cristão.

“Vi um homem coberto de andrajos, de pé, e com as costas voltadas para a sua habitação, tendo sobre os ombros uma pesada carga e não mãos um livro. Olhei para ele com atenção e vi que abria o livro e o lia; e, à proporção que o ia lendo, chorava e estremecia, até que não podendo conter-se por mais tempo, soltou um doloroso gemido, e exclamou: Que hei de fazer?”

Descobrir o próprio pecado é uma experiência terrível. O pecado é destruidor, implacável e depravado. No caminho da Cruz não há como fugir da culpa que tenta nos encolher e nos ameaça. No caminho da cruz é certo que enfrentaremos a realidade dos nossos pecados. Eles serão jogados em nosso rosto tanto por amigos como por inimigos, seremos ameaçados e acusados por delitos reais e sentiremos culpas que não podem ser desconsideradas.

Mas por que eu e você, que cremos em Jesus, deveríamos passar nossas vidas debaixo de culpa e condenação? Deus tem um tratamento para a culpa e esse tratamento é a Cruz de Cristo.

Se a culpa é real, ainda mais real é a morte e a ressurreição do filho de Deus. Cristo foi condenado por você meu irmão. Não importa o pecado cometido, não importam os fantasmas que assombram sua mente. Cristo foi condenado por você para que você não precise levar sobre si qualquer condenação.

Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. (Romanos 8:1)

Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito, (I Pedro 3:18)


(1) Irmãos, venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei, o qual recebestes e no qual ainda perseverais; (2) por ele também sois salvos, se retiverdes a palavra tal como vo-la preguei, a menos que tenhais crido em vão. (3) Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, (4) e que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. (I Coríntios 15:1-4)

(14) Pois o amor de Cristo nos constrange, julgando nós isto: um morreu por todos; logo, todos morreram. (15) E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou. (II Coríntios 5:14-15)

(4) Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. (5) Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. (6) Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. (Isaías 53:4-6)


Porque você teima em levar bagagens tão pesadas em suas costas? Porque você teima em andar com fardos tão pesados quando o Senhor Jesus lhe oferece um fardo leve?

Em nome de Jesus abandone o fardo da culpa. Não aceite o seu pedido desesperado de subir em seus ombros. Trate a condenação e a culpa com um remédio divino: a Cruz de Cristo. Ele foi condenado por você, ele foi culpado por você, ele foi morto por você para que você tenha vida. Não jogue fora esse presente de Deus!

Como isso pode acontecer comigo?

O fardo da culpa normalmente se encontra muito bem amarrado sobre os nossos ombros. Pode ser que você esteja há tanto tempo andando com ele que até já se esqueceu da sensação de estar livre dele. Você anda torto e sobrecarregado pelas ruas da cidade e não entende por que não consegue ir mais longe. Você até aceitou a Jesus como seu salvador, mas parece que os pesos ficaram ainda maiores.

Eu quero concluir a reflexão dessa manhã compartilhando com vocês alguns passos práticos que podem lhe ajudar a desatar os nós que prendem os fardos de culpa sobre os seus ombros.

1º Passo
Não tente combater a culpa com atitudes legalistas.

Culpa e legalismo quase sempre estão juntos. Então aprenda a perceber quando você é tentado a resolver os sentimentos de culpa com atitudes legalistas (isso é muito comum, também entre os crentes) e faça diferente.

O sujeito se sente culpado porque foi grosseiro com a esposa, aí promete a Deus que vai ler a Bíblia todos os dias;

A mãe se consome de culpa porque não consegue controlar sua ira, aí assume o compromisso de ir a todos os cultos de oração nos próximos dois meses.

O jovem é tomado pela culpa por causa dos pensamentos lascivos que assediam sua mente, aí promete que vai participar de todos os cultos da igreja e jejuar nas segundas-feiras.

Não tente combater a culpa com atitudes legalistas. O resultado é um espiral de depressão e tristeza que não tem fim. A esperança desaparece, o coração perde a sensibilidade e a alegria de servir ao Senhor se transforma em tristeza de Alma.

2º Passo
Admita e confesse o pecado que tem alimentado sua culpa.

(8) Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. (9) Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. (10) Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso, e a sua palavra não está em nós. (I João 1:8-10)

A confissão interrompe o fluxo de culpa. A confissão anula o veneno da condenação. Quando o pecado e confessado a condenação perde o seu poder. O acusador perde seu ponto de apoio quando por nossa livre vontade confessamos nossos pecados.

Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo. (Tiago 5:16)

3º Passo
Peça perdão e receba a graça de Deus.

A confissão interrompe o fluxo da culpa, mas é o perdão que limpa a casa. Não basta confessar os pecados. É preciso confiar e receber o perdão de Deus. Aqui é preciso um passo de confiança.

se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e me buscar, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra. (II Crônicas 7:14)

Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. (I João 1:9)


Lembre-se que o perdão de Deus é por causa de Jesus. Não é por sua causa. Deus nos perdoa por causa dos méritos de Jesus Cristo, porque ele suportou a cruz em nosso lugar. Se o perdão de Deus dependesse de você, realmente você poderia se preocupar, mas como depende de Jesus, você pode confiar.

4º Passo
Rejeite a culpa pelos pecados já perdoados.

Se você admitiu, confessou e pediu perdão, está perdoado. Não aceite que o acusador do povo de Deus continue lhe acusando. Clame pelo sangue de Jesus. Rejeite essa falsa culpa e se esconda atrás da cruz de Cristo.

Não é pelos meus méritos é pelos méritos de Cristo na cruz do calvário.

O Caminho da Cruz - Parte 2

Introdução

Vimos pela manhã que o caminho da cruz começa onde estamos. Precisamos reconhecer o quanto estamos distantes do centro do cristianismo. Mas onde fica o centro?

(41) Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. (42) Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada. (Lucas 10:38-42)

Marta não tinha dúvida de que estava fazendo a coisa certa. Jesus havia chegado a sua casa e era preciso tomar as providencias necessárias para recebê-lo bem. Marta concentrou-se nas necessidades de Jesus, mas o centro da sua vida era ela mesma e sua capacidade de fazer a coisa certa. Ela queria agradá-lo com seu esforço pessoal.

Maria não tinha dúvida de que estava fazendo a coisa certa. Jesus havia chegado a sua casa e ela podia perder a oportunidade de ouvir as palavras do Mestre. Maria concentrou-se em suas próprias necessidades, mas o centro da sua vida era o sustento que vinha das palavras de Jesus. Ela queria alimentar-se das palavras Dele.

Marta escolheu a si mesma; Maria escolheu Jesus.

Maria escolheu a boa parte. Ela não perdeu tempo com os enfeites da gaiola e foi direto ao que era necessário para que sua alma sobrevivesse. Sentou-se aos pés de Jesus.

O centro é Cristo

Na carta que escreveu aos colossenses, o apóstolo Paulo procura explicar a dimensão da centralidade de Cristo.

(13) Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, (14) no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. (15) Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; (16) pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. (17) Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. (18) Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, (19) porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude (20) e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus. (Colossenses 1:13-20)

Se você tinha alguma dúvida sobre onde está o centro do evangelho, saiba que ele fica na pessoa, palavra e obra do Senhor Jesus Cristo. O caminho da cruz começa onde você está e vai até a morte de Cristo na Cruz.

O evangelho de Jesus, a boa notícia da parte de Deus é esta: nossa inimizade com Deus foi apaziguada pelo sangue de Cristo derramado na cruz. Fomos reconciliados com Deus através da morte de Cristo. O centro do evangelho é a cruz de Cristo.

A questão é: como eu saio de onde eu estou e me volto para cruz de Cristo. Qual o caminho da cruz? Quais são os passos que eu devo dar para trilhar o caminho da cruz?

Bem, seria muito bom que as coisas fossem assim. Alguns passos, algumas regrinhas e tudo resolvido. Na verdade o caminho da cruz é pessoal, porque cada um de nós se encontra em um lugar diferente. O destino é o mesmo, mas o ponto de partida é diferente. Por isso não há fórmulas mágicas, o cristianismo é uma caminhada pessoal de relacionamento cotidiano com o Cristo Ressurreto.

Então, o que estamos fazendo aqui?

Quando olhamos para o passado e observamos a caminhada de outros discípulos de Cristo é fácil ver que há desvios muito parecidos que desafiaram todos eles. Apesar de estarmos em lugares diferentes, em épocas diferentes, somos todos humanos, temos falhas comuns, a mesma tendência pecaminosa que encontrou lugar na raça humana desde Adão tenta hoje nos seduzir e desviar da cruz de Cristo.

Mas o caminho da cruz não pode ter desvios. Quando isso acontece é porque nos esquecemos de que a direção é o centro: a pessoa, palavra e obra de Jesus Cristo.

Durante esses dias vamos refletir sobre três desvios que são capazes de nos levar para longe da cruz de Cristo: o legalismo, a culpa e o domínio dos sentimentos.

LEGALISMO

Algumas Definições

Legalismo é um sistema de regras, expectativas ou regulamentos que prometem o amor de Deus em troca do esforço e da obediência humana.

Legalismo é qualquer tentativa de apoiar-se no esforço próprio para obter ou manter nossa justificação diante de Deus.

Legalismo é pretender alcançar o perdão de Deus e sua aceitação por meio da obediência a Ele.

O legalismo é um dos mais terríveis inimigos da graça de Deus porque ele é fruto de um coração que se julga capaz de obter a justificação de seu pecado. O legalismo é fruto de um coração enfatuado e arrogante.

O legalista não consegue admitir sua condição de pecador irrecuperável. Ele acha que basta um pouco mais de esforço próprio para que Deus o considere justo.

Como surgem os legalistas?

O legalismo é uma doença dos crentes, não dos incrédulos. Ele surge do meio de pessoas que têm a intenção de agradar a Deus. São pessoas dedicadas e cheias de fervor religioso e que gostam de cumprir regras. Não há nada de errado em cumprir regras, mas os legalistas tentam transformam as regras no caminho da salvação.

Alexandre é um cristão novinho em folhas. Ele tem muito para aprender sobre a vida com cristo, mas já tem um amor genuíno por Jesus Cristo.

Foi aí que o amigo Miguel, percebendo que Alexandre tinha dificuldades para ler a Bíblia, ofereceu um plano de leitura das Escrituras em um ano. Alexandre ficou maravilhado e começou imediatamente. Alexandre era uma alegria só com a leitura da Palavra de Deus.

Avançando seis meses, Alexandre agora é um crente muito ocupado. Depois de Miguel ter apresentado o plano de leitura da Bíblia, Joel o incentivou a meditar nas escrituras, André ressaltou as maravilhas de participar de um grupo de prestação de conta de homens e, em um sermão, o seu pastor falou da grande importância das reuniões de oração.

Então Alexandre participou de uma conferência sobre evangelização, afinal ele precisa testemunhar de evangelho todos os dias. Depois ouviu em um programa de rádio sobre o jejum e em outro sobre a santidade do viver.

Aos poucos Alexandre foi acrescentando mais e mais atividades espirituais à sua agenda. Todas elas muito boas e algumas imprescindíveis ao seu crescimento.

Ora, mas se são coisas boas e imprescindíveis, onde surge o legalismo? Ele aparece quando Alexandre, o novo convertido, permite um desvio perigoso em sua mente.

Oração, leitura da Bíblica, jejum, comunhão e testemunho são presentes de Deus através do qual podemos experimentar sua inclinação em nosso favor. Através da prática de cada uma dessas disciplinas podemos perceber o quanto Deus nos ama e como Ele cuida de nós. O desvio acontece quando Alexandre passa a usar essas disciplinas para obter a graça de Deus.

Quais são os sintomas desse desvio?

Como o legalismo é uma doença dos crentes, o desvio se torna perceptível nas manhãs e tardes de domingo. A alegria e o prazer de Alexandre que antes eram espontâneos passam a depender dos acontecimentos da semana.

Se a reunião de oração foi legal, a reunião do grupo pequeno foi uma benção, se ele conseguir ler a bíblia todos os dias e cumpriu o jejum da semana, então ele se alegra e se sente pronto para adorar a Deus.

Mas se ele faltou o culto de oração na semana, se teve dificuldade em ler a palavra todos os dias, se fracassou no jejum ou se o grupo pequeno foi um desastre, então ele se sente culpado, pensa que esse negócio de servir ao Senhor não vale a pena e acha que Deus está gostando menos dele do que na semana passada. Em suma, ele se sente desaprovado pelo Senhor quando não faz tudo certinho como ele acha deve ser feito.

Alexandre deixou de confiar no evangelho da Cruz e passou a confiar na sua própria performance das disciplinas espirituais. Como Marta, ele deixou de prestar atenção nas palavras de Jesus para gastar energias em buscar reconhecimento por seu desempenho operacional.

Gálatas insensatos

O apóstolo Paulo escreveu uma carta inteira para orientar os crentes da Galácia sobre os riscos do legalismo. Os crentes dessa região da Ásia estavam sendo pressionados pelos judeus a observarem todos os rituais e cerimônias da lei judaica.

Segundo os judaizantes não seria possível alguém ser alcançado pela salvação sem que essa pessoa cumprisse com todos os rituais e cerimônias da lei. Em outras palavras, a Cruz de Cristo não era suficiente. Era preciso fazer algo mais.

(1) Ó gálatas insensatos! Quem vos fascinou a vós outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado? (2) Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé? (3) Sois assim insensatos que, tendo começado no Espírito, estejais, agora, vos aperfeiçoando na carne? (4) Terá sido em vão que tantas coisas sofrestes? Se, na verdade, foram em vão. (5) Aquele, pois, que vos concede o Espírito e que opera milagres entre vós, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela pregação da fé? (Gálatas 3:1-5)

Pode ser que você hoje tenha compreendido o quanto tem agido de forma insensata, tentando acrescentar seu esforço próprio à fé salvadora que vem de Cristo. Não se entristeça, hoje é começo da sua plena libertação! Confie no Senhor, ele vai quebrar as algemas do legalismo, que tem lhe afastado do caminho da cruz.

A verdade liberta

Certa vez Jesus afirmou: conhecereis a verdade e ela vos libertará. A libertação do legalismo é obra do Espírito de Deus. Porque é o Espírito que convence. É Ele quem revela a verdade.

como está escrito: Não há justo, nem um sequer, (Romanos 3:10)

A citação do apóstolo é do salmo xx. Ninguém tem direitos diante de Deus por causa de sua própria justiça. Não há um só que seja justo por si mesmo! E Não é preciso ser muito perspicaz para descobrir isso. Basta que sua consciência não esteja cauterizada para você ter que admitir o que diz o profeta Isaías e apóstolo Paulo.

Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento, nos arrebatam. (Isaías 64:6)

(23) pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, (Romanos 3:23)

Se não somos justos, precisamos ser justificados. Como poderia ser possível que Deus nos considerasse justos quando na verdade não somos? Muitos judeus acreditavam que poderiam alcançar essa posição diante de Deus, caso se esforçassem muito para fazer as coisas da maneira certa.

No entanto o apóstolo Paulo escrevendo tanto aos Gálatas quanto aos Romanos explica que a justificação é uma obra de Deus por meio da fé no sacrifício de Jesus.

sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado. (Gálatas 2:16)

(24) sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, (Romanos 3:23-24)

Aí está o poder da Cruz de Cristo! Deus lhe entrega as credencias de justo não pelo seu esforço em fazer as coisas certinha, mas por causa da sua fé em Cristo Jesus, o justo.

A salvação não para aí. Depois de justificados, entramos em uma processo santificação através do qual o Espírito de Deus vai moldando em nós o caráter de Jesus Cristo. Assim a justiça de Cristo vai sendo aplicada à minha vida a cada dia.

Na primeira vez em que você se arrependeu de seu pecados e colocou sua confiança em Jesus Cristo, você foi justificado, declarado justo por causa de sua fé em Jesus. No dias que se seguiram até hoje você tem se aperfeiçoado (feito justo) pela obra do Espírito Santo em você.

A justificação é um ato soberano de Deus, não depende em nada de você. Até a fé para crer em Jesus é um presente Dele. Já a santificação é um processo no qual a nossa vontade tem interferência. Uma vez justificados estamos livres para buscar o aperfeiçoamento. A nossa posição de justos pela fé em Jesus é o pré-requisito da santificação.

O legalista mistura as coisas e faz diferença entre justificação e santificação. Ele acha que se tentar ser santo pelo seu próprio esforço, Deus irá considerá-lo justo. Ele não compreende que preciso primeiro Deus o declare justo pela fé em Cristo, para em seguida ele poder buscar a santidade.

Conclusão

Se você entrou pelo desvio do legalismo e perdeu o caminho da cruz, hoje você está sendo desafiado a voltar para a Cruz. Confie no sacrifício de Cristo, não no seu esforço em fazer tudo certinho. Quebre as algemas do legalismo com o martelo da confiança na cruz de Cristo.

O Caminho da Cruz - Parte 1

Durante os três dias que vamos passar juntos aqui, o Senhor vai nos ensinar sobre o Caminho da Cruz. Um caminho esquecidos dos crentes do século XXI. O evangelho dos nossos dias tornou-se em imitação barata do evangelho de Jesus.

As igrejas têm sido invadidas por uma fé estranha à Bíblia. É uma fé de crendices e superstições, que escraviza as pessoas com mandingas, mantras, pactos, promessas e relíquias chamadas de sagradas como uma lasca da cruz de Cristo, um garrafa com água do Jordão ou uma porção de óleo bento do monte das oliveiras.

As igrejas têm sido invadidas por uma fé estranha à Bíblia. É a uma fé positivista que decreta e declara. Tudo vai acontecer como se deseja, pois Deus está sob controle, não no controle. Basta uma oração, basta exigir a promessa, basta cumprir as novenas, basta entregar os dízimos. Ele não tem qualquer alternativa. É fé na fé... a fé pela fé... a fé que se alimenta de si mesma.

As igrejas têm sido invadidas por uma fé estranha à Bíblia. É a fé do “Céu Agora”. Essa fé cansou de esperar pelas promessas do Céu, cansou-se de aguardar as moradas na casa do Pai e resolveu comprar um céu para si aqui mesmo na Terra. A riqueza, o sucesso financeiro e o acúmulo de bens são os deuses dessa fé. É a fé dos que cansaram de ser comparados aos pardais e aos lírios do campo e encheram seus corações de orgulho e amor ao dinheiro.

As igrejas têm sido invadidas por uma fé estranha à Bíblia. É a fé dos psicólogos e suas intermináveis análises. Auto-ajuda, auto-análise, regressões induzidas, pecados desconhecidos, curas interiores, traumas espirituais, grupos de terapia. É a fé da alma, mas não é a fé do espírito. É a fé que arranha a superfície, remexe as feridas, mas vira as costas ao sangue de Cristo derramado na cruz do calvário.

A verdade é que milhares de cristão evangélicos parecem perdidos, não sabem para onde ir. Ouviram promessas mirabolantes que não se cumpriram, compraram e pagaram por coisas que não estavam à venda, creram em um falso deus, mais parecido com o gênio da lâmpada e agora não sabem o que fazer.

Alguns que começaram a trilhar o caminho da Cruz, agora perderam a trilha. Não sabem mais para onde. Caminham em círculos em volta de si mesmos. Onde está o caminho da cruz? Eles não sabem mais e suas almas se angustiam.

Outros nunca conheceram o caminho da Cruz. Nasceram no meio dessa fé estranha. Sentem um vazio em si mesmos, não estão plenamente preenchidos, porque lhes falta trilhar o único caminho que é capaz de gerar vida: o caminho da cruz.

Aqui vai um alerta: o evangelho de Jesus é o mesmo desde há dois mil anos atrás. Não há qualquer novidade nele desde então, a não ser seu tremendo poder de transformação capaz de gerar em nós o caráter de Cristo. Não há qualquer novidade, a não ser o fato de que apenas o evangelho de Jesus é capaz de dar sentido e significado para a vida. Não há qualquer novidade, a não ser a maravilhosa notícia de que o evangelho de Jesus pode invadir a vida, invadir o dia-a-dia e apresentar a vontade de Deus para o ser humano desorientado e perdido em si mesmo.

Hoje pela manhã, uma pergunta para aguçar o pensamento e nos ajudar a compreender o caminho da cruz: qual o centro da sua vida? Em torno do que ela gira? O que realmente importa para você? O que (ou quem) é capaz de influenciar suas decisões? Qual o apoio da sua vida, aquele lhe dá segurança e satisfação.

Pode parecer uma pergunta simples, mas respondê-la é o ponto de partida para o caminho da cruz, porque esse caminho começa onde você está.

Era uma segunda-feira ensolarada daquelas de céu azul. Pela manhã, Alice foi a uma loja de pássaros e comprou um papagaio. O vendedor disse que o bicho falava pelos cotovelos. Ela, que sempre sonhara com um papagaio, levou o louro para casa. Mas o papagaio ficou o dia inteiro calado.

No dia seguinte, Alice voltou à loja de pássaros e compartilhou sua frustração com o vendedor. O diagnóstico foi rápido: ele precisa de uma escada. Alice levou a escada vermelha, pôs na gaiola e... Nada. Nenhuma palavra o dia inteiro.

Na manhã do dia seguinte, Alice estava novamente na loja de pássaros. O vendedor sugeriu um balanço, podia ser que assim ele se animasse a falar. Alice escolheu um balanço feito de cipó tom sobre tom: era um pouco mais caro, mas valeria a pena. Terminou a manhã, a tarde e a noite chegou ao final e nada. O louro parecia abatido, meio triste.

No outro dia Alice voltou a falar com os atendentes da loja. A nova tentativa foi uma árvore de plástico. O vendedor disse que era uma imitação do habitat natural do bicho. Alice levou sem questionar, agora ia dar certo. Mas não deu. O louro continuava sua greve de palavras. Durante toda semana Alice trouxe um novo brinquedo para o papagaio.

Até que na manhã do domingo o bicho amanheceu morto. Alice correu para a loja com a gaiola na mão e os olhos cheios de lágrimas.

- Mas ele nunca chegou a dizer nenhuma palavra? Perguntou o dono da loja.
- Sim, disse Alice aos prantos e soluçando.
- Antes de morrer ele olhou para mim e perguntou: não tem comida pra vender naquela loja?

A vida é cheia de coisas belas, de momentos divertidos, de eventos importantes, de projetos que valem à pena e desafios nobres. Mas poucas coisas são essenciais, poucas coisas são necessárias. Ou mesmo uma só coisa, como Jesus disse à Marta.

(38) Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta, hospedou-o na sua casa. (39) Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos. (40) Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então, se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me. (41) Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas. (42) Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada. (Lucas 10:38-42)

Somos uma geração de Martas. Temos até o desejo de alegrar mas nos falta discernimento para escolher o que realmente é necessário. Somos uma geração inquieta que mesmo quando tenta agradar a Deus corre atrás de escadas, balanços e árvores de plástico. Estamos prestes a morrer de inquietação, preocupação e fome.

O que é mais importante em sua vida? Onde reside sua paixão? O que alimenta a sua mente? Porque a vida vale a pena pra você?

Há muitas pessoas que acham que a vida vale a pena por causa dos amigos que têm. Não nada melhor que sair com os amigos no final de semana, contar e ouvir as novidades, compartilhar os desafios, lamentar as derrotas e festejar as vitórias. Suas vidas giram em torno dos amigos.

Há outros para os quais a vida vale a pena por causa dos filhos. De acordo com a idade dos filhos os casais têm mais ou menos necessidade de ficar em função deles. Mas há aqueles que constroem suas rotinas exclusivamente em função dos filhos. Sejam pequenos ou grandes, ele são sempre “prioridade-zero”, tudo o mais vem depois deles. Chega-se a prejudicar as outras pessoas e os demais relacionamentos por causa dos filhos.

Há pessoas cuja vida gira em torno do trabalho. É o motor que os faz funcionar bem. Suas melhores energias, seu melhor tempo, sua mais profunda dedicação é entregue na busca de se tornar excelente no trabalho. Não importa quanto vão sofrer com isso ou mesmo que vai ser necessário abrir mão de valores éticos e morais. O sucesso no trabalho é o mais importante.

Por incrível que possa parecer, mesmo com tantas decepções e inúmeras tristezas com que temos sido presenteados em nosso país, algumas pessoas vivem em torno de sua filiação política. São militantes aguerridos, defendem a bandeira do partido. Muitas vezes fazem isso disfarçadamente em forma de reclamações sem fim, mas são capazes de gastar grande parte de seu tempo em embates e discussões sobre o cenário político.

Algumas pessoas vivem em função do próprio conforto. Tudo é usado para obter uma qualidade melhor de vida. Os bens, os recursos, ou mesmo as pessoas, são usadas com um propósito aparentemente nobre (a busca por uma vida mais confortável), mas que revela egoísmo de uma alma sedenta em busca de água.

O que há de errado em ter amigos, amar os filhos, crescer profissionalmente, ter uma convicção política ou desejar uma vida melhor?

Absolutamente nada! Não já nada de errado!

A questão é que essas e tantas outras coisas são como a escada, o balanço de cipó e a árvore de plástico do louro. Mais cedo ou mais tarde a pergunta ecoa em nossas almas: não tem comida nessa loja? Porque eu estou é morrendo de fome!

Não há nada de errado com os brinquedos, mas para aqueles que se dizem cristãos eles são apenas um complemento daquilo que é realmente necessário. São periféricos daquilo que é principal e indispensável.

Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas... Marta talvez não tenha gostado muito da exortação. Mas eram as palavras carinhosa do Senhor Jesus que ela já conhecia. Palavras de quem ela sabia que a amava.

Qual é a sua paixão? O que lhe arranca da cadeira e lhe impulsiona para a vida? Isso é o centro da sua vida. E se a sua vida estiver centrada em coisas periféricas, você está correndo o sério risco de morrer de fome, rodeado de brinquedos coloridos.

O caminho da cruz começa onde você está. Mas onde você está?
O caminho da cruz começa com o reconhecimento dos brinquedos.
O caminho da cruz começa com transparência diante de si mesmo.
O caminho da cruz é o único caminho onde há fartura de comida e ainda o prazer de brincar com os presentes de Deus.

Cântico: humilhados diante de ti, nós, teu povo.

01 abril 2007

O Poder que há na Cruz - 6

Introdução à Mensagem

(35) Depois de o crucificarem, repartiram entre si as suas vestes, tirando a sorte. (36) E, assentados ali, o guardavam. (37) Por cima da sua cabeça puseram escrita a sua acusação: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS. (38) E foram crucificados com ele dois ladrões, um à sua direita, e outro à sua esquerda. (39) Os que iam passando blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo: (40) Ó tu que destróis o santuário e em três dias o reedificas! Salva-te a ti mesmo, se és Filho de Deus, e desce da cruz! (41) De igual modo, os principais sacerdotes, com os escribas e anciãos, escarnecendo, diziam: (42) Salvou os outros, a si mesmo não pode salvar-se. É rei de Israel! Desça da cruz, e creremos nele. (43) Confiou em Deus; pois venha livrá-lo agora, se, de fato, lhe quer bem; porque disse: Sou Filho de Deus. (44) E os mesmos impropérios lhe diziam também os ladrões que haviam sido crucificados com ele. (45) Desde a hora sexta até à hora nona, houve trevas sobre toda a terra. (46) Por volta da hora nona, clamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lamá sabactâni? O que quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? (47) E alguns dos que ali estavam, ouvindo isto, diziam: Ele chama por Elias. (48) E, logo, um deles correu a buscar uma esponja e, tendo-a embebido de vinagre e colocado na ponta de um caniço, deu-lhe a beber. (49) Os outros, porém, diziam: Deixa, vejamos se Elias vem salvá-lo. (50) E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito. (Mateus 27:35-50)

Conta-se que em certo país do oriente médio a punição para alguém que fosse flagrado roubando um objeto era 50 chicotadas públicas, após o que ele podia ser libertado. Havia nesse país um juiz, um homem já velho, conhecido por todos como justo em seus julgamentos e na aplicação das sentenças.

Certa vez, em um dia normal de trabalho, foi anunciado o julgamento de um jovem que havia sido flagrado roubando. O caso era simples. Por isso, antes mesmo que aquele jovem entrasse no tribunal, o juiz já sabia o veredicto e a pena que deveria aplicar para o cumprimento da lei.

No entanto quando o jovem entrou na sala de julgamento, o Juiz compadeceu-se daquele rapaz. Era o filho de um vizinho seu. Ele conhecia aquele rapaz desde a mais tenra idade. Ele vira o garoto crescer brincando na calçada em frente a sua casa. Mas o que ele poderia fazer? A lei era clara, o rapaz realmente havia cometido o crime e a punição precisava acontecer. Como ele poderia manter-se como um juiz justo e ao mesmo tempo demonstrar o seu amor?

Então, depois de presidir o julgamento, emitir o veredicto de culpado e anunciar a sentença a ser executada, o velho juiz levantou-se, livrou-se dos paramentos do judiciário, assumiu o lugar do jovem e recebeu em seu próprio corpo as 50 chicotadas. Terminado o suplício ele virou-se para o jovem e disse: você está livre!

Na Cruz há poder para revelar o caráter de Deus. A cruz é o exato momento que a justiça e o amor de Deus se revelam em toda a sua plenitude. Na cruz foi confirmado que o caráter de Deus é imutável e que as nossas dúvidas sobre Ele são apenas a confirmação de nossas limitações em compreendê-lo. Ele sempre será santo, justo e bom.

Mas antes de aprendermos sobre as virtudes de um Deus justo e cheio de amor, precisamos compreender que a Cruz foi um acordo divino entre o Pai e o Filho. O Pai não é um Deus irado que forçou o filho a morrer; o Filho não é o lado amoroso de Deus pai.

(14) Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim, (15) assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas. (16) Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor. (17) Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir. (18) Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai. (João 10:14-18)

Na cruz do Calvário Jesus decidiu receber sobre seu próprio corpo a pena que estava endereçada para cada um de nós. Ele abriu mão de sua condição divina e espontaneamente assumiu o meu (e o seu) lugar na justa punição pelos nossos pecados.

Apesar da dor, do sofrimento, da angústia que cercava a todos que testemunharam a morte de Cristo. Tudo estava acontecendo exatamente como havia sido planejado desde a eternidade. Se por um lado Jesus entregou-se por sua livre vontade, recebendo em si mesmo o castigo que deveria ser nosso; por outro lado, a cruz foi um desejo também do Pai, que optou por desviar sua ira para único que era capaz de suportá-la.

(4) Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. (5) Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. (6) Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. (7) Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca. (8) Por juízo opressor foi arrebatado, e de sua linhagem, quem dela cogitou? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido. (9) Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca. (10) Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar; quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado, verá a sua posteridade e prolongará os seus dias; e a vontade do SENHOR prosperará nas suas mãos. (Isaías 53:4-10)

Na cruz, Deus executa a justiça pelo pecado cometido. Na cruz, Deus demonstra o seu amor pelo pecador perdido. Na cruz, aquele não tinha pecados recebeu a punição pelos pecados de toda a humanidade.

Deus meu, Deus meu! Porque me desamparaste!

A Bíblia conta a história de Abraão. Ele ficou conhecido como pai da fé

(1) Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este lhe respondeu: Eis-me aqui! (2) Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei. (3) Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado. (4) Ao terceiro dia, erguendo Abraão os olhos, viu o lugar de longe. (5) Então, disse a seus servos: Esperai aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós. (6) Tomou Abraão a lenha do holocausto e a colocou sobre Isaque, seu filho; ele, porém, levava nas mãos o fogo e o cutelo. Assim, caminhavam ambos juntos. (7) Quando Isaque disse a Abraão, seu pai: Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-me aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto? (8) Respondeu Abraão: Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto; e seguiam ambos juntos. (9) Chegaram ao lugar que Deus lhe havia designado; ali edificou Abraão um altar, sobre ele dispôs a lenha, amarrou Isaque, seu filho, e o deitou no altar, em cima da lenha; (10) e, estendendo a mão, tomou o cutelo para imolar o filho. (11) Mas do céu lhe bradou o Anjo do SENHOR: Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui! (12) Então, lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho. (13) Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho. (14) E pôs Abraão por nome àquele lugar - O SENHOR Proverá. Daí dizer-se até ao dia de hoje: No monte do SENHOR se proverá. (15) Então, do céu bradou pela segunda vez o Anjo do SENHOR a Abraão (16) e disse: Jurei, por mim mesmo, diz o SENHOR, porquanto fizeste isso e não me negaste o teu único filho, (17) que deveras te abençoarei e certamente multiplicarei a tua descendência como as estrelas dos céus e como a areia na praia do mar; a tua descendência possuirá a cidade dos seus inimigos, (18) nela serão benditas todas as nações da terra, porquanto obedeceste à minha voz. (19) Então, voltou Abraão aos seus servos, e, juntos, foram para Berseba, onde fixou residência. (Gênesis 22:1-19)

O filho de Abraão não foi morto porque o anjo do Senhor bradou dos céus e impediu o sacrifício. Um cordeiro no lugar do menino. Isac não morreu, mas cordeirinho foi sacrificado.

(13) Tendo Abraão erguido os olhos, viu atrás de si um carneiro preso pelos chifres entre os arbustos; tomou Abraão o carneiro e o ofereceu em holocausto, em lugar de seu filho.

A cruz é a marca da justiça de Deus

Mas o filho de Deus não foi poupado. Sua vinda estava prevista desde o Éden, os profetas falaram da sua vida, morte e ressurreição, os sacerdotes e os sacrifícios eram ilustrações do verdadeiro sacrifício.

Jesus gritou: Deus meu, Deus meu! Porque me desamparaste?

O Senhor foi desamparado para que você pudesse ser acolhido
O Senhor morreu para que você pudesse ter vida
O Senhor suportou a ira de Deus para que você sinta o amor

Como o jovem Isac, nós fomos poupados. Em nosso lugar o Cordeiro de Deus: Jesus Cristo.

Ao meio-dia, quando Jesus ainda estava pendurado na cruz, os céus se escureceram. Por quê? Aquela escuridão era a demonstração visível da seriedade com que Deus trata o pecado.

Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? (Romanos 8:32)

No momento em que o Senhor Jesus assumia sobre si a pena pelos pecados da humanidade, interrompeu-se a comunhão entre o Pai e Filho. Deus não pode lidar com o pecado sem executar a justa punição. Jesus recebeu sobre si a justa punição pelos nossos pecados, já que Ele mesmo viveu uma vida sem pecados.

Três horas de silêncio. Três horas de escuridão, três horas sofrendo o pior castigo que qualquer criatura poderia sofrer: a separação de Deus.

A cruz é a marca do amor de Deus

(6) Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. (7) Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. (8) Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. (Romanos 5:6-8)

Aceitar a Cristo é dizer sim para algumas coisas:

É dizer sim para o fato de que você tem vivido separado de Deus por causa dos seus pecados. Reconhecer-se um pecador cuja a justa punição é a separação de Deus.

É dizer sim e reconhecer sua incapacidade de atender por seu próprio esforço aos padrões de Santidade que Deus deseja para você; E abrir mão das tentativas de justificar-se.

É dizer sim, e aceitar que os efeitos da morte de Cristo sejam aplicados por Deus em sua vida. É confiar que a morte do Cordeiro de Deus é um benefício que pode livrá-lo(a) da justa punição pelos seus pecados.

Não há merecimento, você não fez nada para isso, é simplesmente a demonstração do amor de Deus por você. Ele não quer que você viva uma eternidade de lamento e choro.

(16) Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (17) Porquanto Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. (18) Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. (19) O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. (João 3:16-19)

O tratamento de Deus para o pecado é drástico. Ele não põe panos quentes, Ele não encobre, Ele não ameniza. O pecado destrói família, arrasa relacionamentos, devasta nações inteiras, contamina culturas, afunda as pessoas em suas próprias mazelas e gera morte.

O tratamento de Deus para o pecado foi a Cruz de Cristo. Se você ainda não se apropriou dessa solução de Deus, saiba que não existe outra.